As forças ucranianas atacaram Melitopol, cidade ocupada pelos russos que serviu de base aos membros do grupo paramilitar Wagner, e danificaram uma ponta utilizada pelo exército russo para transportar equipamento militar. A recuperação desta região é um objetivo-chave para a Ucrânia.
“Ontem [segunda-feira] à noite houve uma explosão na ponte de Kostiantynivka, nos arredores de Melitopol”, confirmou a administração regional pró-Rússia, que assumiu também que parte da estrada foi destruída, impedindo o tráfego de veículos.
O aumento da pressão ucraniana sobre as forças russas em Melitopol parece seguir “um padrão semelhante às táticas usadas contra Kherson antes da sua libertação”, argumenta o Guardian, que explica que as tropas russas e as suas linhas de abastecimento, incluindo ligações logísticas entre a península da Crimeia e o Este, são agora um dos principais alvos da Ucrânia.
A zona Este da Ucrânia tem sido palco de intensos combates, nomeadamente em torno da cidade de Bakhmut.
Tanto a Rússia como a Ucrânia revelaram, esta terça-feira, que a situação no campo de batalha na região oriental de Donetsk, que se situa a Este do país invadido, era difícil, com cada um dos lados a reivindicar sucessos no repelir das tentativas de ataques.
Esta nova ofensiva em Melitopol verifica-se depois de, sábado à noite, Kiev ter reportado um ataque que fez cerca de 200 mortos. Moscovo contrariou esta notícia, afirmando que apenas foram registadas duas vítimas mortais.
Um dos alvos deste ataque foram quartéis russos ocupados pelos mercenários do grupo Wagner.
Apoio europeu Numa altura em que as forças russas estão a colocar um alvo na rede de energia ucraniana, cerca de 70 países e instituições comprometeram-se a doar mais de mil milhões de euros em ajuda imediata à Ucrânia para os seus cidadãos conseguirem enfrentar o inverno.
Numa reunião global, organizada pela França, intitulada “Solidários com a Ucrânia”, foi discutido o que é que estes países poderiam oferecer, até março, de forma a preservar o fornecimento de água, alimentos, energia, saúde e transporte durante o inverno gelado da Ucrânia.
“Este é um sinal poderoso para mostrar que o mundo civilizado está a apoiar a Ucrânia”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal. “Estamos gratos aos países que permanecem ao nosso lado enquanto sofremos as agressões da Rússia no nosso território e nas nossa infraestruturas civis”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, assegurou que Portugal vai enviar geradores, aquecedores e lâmpadas LED para a Ucrânia, para contribuir para o novo mecanismo de coordenação da ajuda ao país.
Cravinho lembrou ainda a promessa portuguesa de 250 milhões de euros de ajuda, montante “sem precedentes” para a escala portuguesa, com 30 milhões de euros adicionais para o apoio aos refugiados ucranianos que chegam à Polónia.