A Nova Zelândia aprovou uma lei que introduz uma idade legal para fumar que vai aumentando progressivamente, de maneira a prevenir que todos aqueles com 14 ou menos anos “nunca possam comprar tabaco legalmente no país”. A medida que faz parte de um novo conjunto de leis antitabagismo aprovado na terça-feira no Parlamento, é a primeira legislação aprovada em todo todo o mundo para proibir o tabaco já na próxima geração.
“Milhares de pessoas vão viver mais, terão vidas mais saudáveis e o nosso sistema de saúde terá mais cinco mil milhões de euros por não necessitar de tratar doenças causadas pelo tabaco, como numerosos tipos de cancro, ataques cardíacos, enfartes ou amputações”, garantiu Ayesha Verral, ministra-adjunta da Saúde neozelandesa, após a lei ter sido aprovada.
A legislação prevê que o tabaco não possa ser vendido a qualquer pessoa nascida a 1 de janeiro de 2009 ou depois (estão previstas multas até 150 mil dólares neozelandeses, cerca de 91 mil euros), Além disso, fumar ficará mais caro e a compra do tabaco será de acesso mais difícil, já que outro dos objetivos da legislação passa por reduzir a quantidade de nicotina permitida nos produtos de tabaco fumado e reduzir o número de comerciantes que vendem tabaco em 90%. Das atuais 6000 mil lojas que vendem tabaco, sobrarão apenas 600 em todo o território. Segundo Verrall, “esta regulamentação acelera o progresso para um futuro sem fumo”. “Queremos garantir que os jovens nunca começarão a fumar, por isso vamos tornar crime vender ou fornecer tabaco aos mais novos. As pessoas com 14 anos, quando a lei entrar em efeito, nunca irão poder comprar tabaco legalmente. A taxa de fumadores está a cair a pique, e o nosso objetivo de que não existam fumadores na Nova Zelândia até 2025 está ao nosso alcance”, garantiu a ministra-adjunta. Apesar disso, a nova legislação não restringe, no entanto, a venda de cigarros eletrónicos de vapor de água.
Dados recentes mostram que no país, apenas 8 em cada 100 habitantes fumam. Ou seja, é possível observar uma diminuição notória em apenas um ano: eram mais de 9 em cada 100 em 2021.