Três em cada dez pessoas consideram aceitável castigos corporais em crianças

O principal motivo para justificar os castigos corporais está relacionado com o incumprimento dos limites e das regras da família.

Um estudo do Instituto de Apoio à Criança (IAC) demonstra que cerca de 30% dos 1.943 inquiridos considera aceitável usar castigos corporais em crianças,

Os dados preliminares do estudo, intitulado "Será que uma palmada resolve", dão conta de que o incumprimento dos limites e das regras da família são o principal motivo dos castigos corporais nas crianças, seguindo-se as situações em que são "malcriadas" e desobedientes.

"Os participantes mais velhos têm crenças que remetem para uma visão tradicional da educação – aceitação e uso de castigos corporais", lê-se no relatório do estudo, citado pela agência Lusa.

Os mesmos dados indicam que "pessoas com níveis de estudos mais elevados têm uma menor aceitação do uso dos castigos corporais como forma de disciplinar".

Para o IAC, o estudo demonstra "a importância do exercício de uma parentalidade consciente, sensível e positiva, aliada a uma disciplina eficaz e sensível, em que os castigos corporais não devem ter lugar".

Neste estudo participaram 1.943 pessoas, com idades entre os 18 e os 85 anos, dispersas por todo o território nacional, 98% portuguesas. Do total, 1.314 eram casadas ou viviam em união de facto, 73% tinham filhos e 44% disse trabalhar diretamente com crianças.