De acordo com o relatório elaborado pela EY, em parceria com a Liga Portugal, a indústria do futebol contribuiu na época 2021/22 com 617 de milhões de euros para o PIB português, um aumento de mais de 10% em comparação com o período transato, e pagou ao Estado mais de 214 milhões de euros em impostos. Este acréscimo deve-se ao regresso do público aos estádios, que permitiu um aumento das receitas de bilheteira, e das participações das equipas portuguesas na Liga dos Campeões.
As 34 sociedades desportivas que compõem a I Liga e II Liga, registaram um volume de negócios de 917 milhões de euros, enquanto que no ano anterior esse valor foi de 792 milhões de euros. Ainda segundo o mesmo relatório, o futebol profissional criou 3 595 novos postos de trabalhos, entre jogadores, treinadores e funcionários afetos às áreas de suporte, gestão e administração, e a massa salarial foi de 319 milhões de euros, ocupando os jogadores o topo da tabela com um total de 238 milhões de euros.
Ao longo da época 2021/22 passaram pelos estádios da I Liga 2,4 milhões de pessoas e apenas 307 mil nos jogos da II Liga. A Liga Portugal fechou a época com uma receita recorde de 22 milhões de euros e um resultado positivo de 1,2 milhões de euros, sendo que 8,2 milhões de euros foram distribuídos pelos clubes profissionais.
De forma a criar uma situação financeira sustentável no futebol profissional português, a partir da próxima época as sociedades desportivas têm de adaptar as novas regras do fair play financeiro da UEFA, cujo principal foco é a limitação de gastos com o plantel, e respeitar três pilares fundamentais: solvência, estabilidade e controlo de custos do plantel, que inclui salários, transferências e comissões. Será aplicado de forma gradual, durante três anos, permitindo que os clubes se adaptem à nova realidade. A partir de 2023/24 os custos do plantel não devem ultrapassar 90% das receitas, a aplicação das novas regras é gradual e esse valor passa para 80% em 2024/25 e no terceiro ano é de 70%. Os clubes profissionais vão ser obrigados a ter maior cuidado no controlo das dívidas, já que passa a haver três controlos anuais, e há regras mais apertadas para garantir o pagamento aos credores.