Por João Sena
Foi a primeira vez que a época desportiva parou a meio para se disputar uma competição de seleções, que durou um mês. Em consequência disso, o calendário ficou num sufoco e vai haver enorme concentração de jogos até ao início de junho, quando terminam os principais campeonatos europeus. Enquanto na Argentina ainda se festeja o título mundial, no resto mundo já se joga para as competições nacionais. A Premier League foi a primeira a voltar ao serviço com o tradicional ‘Boxing Day’ no dia 26, e continua a dominar as atenções pela qualidade dos jogos e incerteza nos resultados. Como o futebol não pára em Inglaterra, volta a jogar-se ao mesmo tempo que se comemora a entrada em 2023. O Arsenal regressou com uma dinâmica imparável, venceu o West Ham (3-1), e aumentou para sete pontos a vantagem sobre o surpreendente Newcastle, e oito sobre o Manchester City, mas importa dizer que a equipa de Guardiola tem um jogo a menos (a partida contra o Leeds está a decorrer à hora do fecho desta edição) e se vencer aproxima-se dos Gunners. Na jornada que se realiza quase toda ela no último dia do ano, as três equipas têm jogos aparentemente fáceis, pelo que não deverá haver surpresas. Se a época realizada pelo Arsenal e City se pode considerar normal, já o desempenho do Newcastle é surpreendente, e mostra que a renovação efetuada no clube foi bem sucedida – recorde-se que o ano passado esteve a um passo de descer para o escalão secundário. Com este outsider, quem fica para trás é o Tottenham e o Manchester United, que continuam o seu duelo para garantir um lugar que dê acesso direto à Liga dos Campeões na próxima época. O Liverpool e o Chelsea continuam irreconhecíveis, a cada jornada que passa o risco de se atrasarem é maior, talvez por isso estejam de olho num rapaz de 21 anos, que foi considerado o melhor jovem do Mundial do Qatar, e que a troco de 120 milhões pode deixar o estádio da Luz e ir viver para Inglaterra.
Na liga espanhola, o Barcelona aproveitou as ofertas consecutivas do Real Madrid e saltou para a liderança na semana que antecedeu a paragem do campeonato. No último dia do ano tem o dérbi da Catalunha contra Espanhol, mas há 13 anos que o Barcelona não perde com este rival, pelo que não é de esperar uma surpresa em Camp Nou. Surpreendente é o Atlético de Madrid estar atrás da Real Sociedad e Athletic Bilbao, o que confirma que a solução Simeone está esgotada.
Em Itália, a vantagem do Nápoles sobre o Milan e a Juventus permite passar o ano com alguma tranquilidade, embora a deslocação a Milão, para defrontar o Inter, seja perigosa. Se vencerem, bem podem encomendar as faixas de campeão. O mesmo se poderá dizer do PSG, que vai jogar a casa do Lens, atual segundo classificado, com Mbappé e Neymar, mas sem Messi. Um triunfo pode abrir o caminho para a renovação do título aos milionários de Paris.