Numa altura em que a China está a registar um preocupante aumento de casos de covid-19, diversos países estão a implementar restrições para os viajantes provenientes deste país asiático.
Estados Unidos, Japão e Itália são algumas das nações que estão a agir e a prevenir a entrada de possíveis novas variantes que possam surgir deste novo surto na China, que está a enfrentar esta situação depois do governo ter decretado o fim das políticas de zero-covid.
Um dos principais receios é que Pequim não informe o resto do mundo com a necessária rapidez ou precisão, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a alertar para o baixo número de casos que estão a ser reportados ao resto do mundo.
Face a esta realidade, os Estados Unidos, a partir de 5 de janeiro, vão impor testes obrigatórios de covid-19 para viajantes da China e todos os passageiros aéreos com idade igual ou superior a dois anos terão de apresentar um teste negativo dois dias antes da partida da China, Hong Kong ou Macau. Além destas medidas, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças disseram que todas as viagens à China, Hong Kong e Macau deveriam ser reconsideradas.
Numa altura em que ainda não existe consenso na Europa em relação a como reagir a este novo surto, a Itália tornou-se o primeiro país do Velho Continente a testar todos as pessoas que estejam a chegar aos seus aeroportos provenientes da China.
A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou ter «esperança» de que a União Europeia siga o seu exemplo e imponha testes obrigatórios a todos os passageiros que voam da China, acrescentando que as medidas italianas podem ser ineficazes caso não sejam estendidas a toda a União Europeia.
Além destes países, também o Japão, Índia e Taiwan implementaram medidas, obrigando a apresentar um teste negativo ou a testar as pessoas que chegarem ao aeroporto, enquanto Reino Unido, Austrália, Filipinas e Malásia estão a monitorizar a situação chinesa, apesar de ainda não terem introduzido novos controlos.
Regressar à normalidade
Depois de ter abandonado as restritivas medidas zero-covid, a população chinesa está a tentar regressar ao seu novo normal.
Esta semana, foram observadas pessoas de máscara a invadir os metros de cidades como Pequim e Xangai, os carros voltaram a encher as estradas e a gerar trânsito nas principais artérias destas cidades, os mercados de Natal encontravam-se sobrelotados, enquanto destinos turísticos como a Disneyland ou os Estúdios da Universal registam enormes filas – tudo isto são exemplos apontados pela Reuters de como a China está a seguir em frente com a pandemia.
Até a entrada neste país, assim como em Macau, uma das regiões administrativas especiais da República Popular da China, passou a ser facilitada, uma vez que deixou de ser obrigatório fazer teste à chegada.
Depois de entrar no território, é atribuído o código de saúde «amarelo», devendo «efetuar diariamente o teste rápido de antigénio […] durante cinco dias consecutivos a partir do dia seguinte à entrada», o que permite ao portador sair de casa e até trabalhar, caso seja autorizado, especifica um comunicado do governo de Macau.
Após enviar o resultado negativo para a covid-19 para uma plataforma para teste rápido de antigénio no quinto dia, o código de saúde adotará a cor «verde», o que permite o seu portador efetuar qualquer tipo de movimento.
Caso o teste de positivo, o código de saúde passará a «vermelho» e «será aplicada a medida de isolamento domiciliário para pessoas infetadas».