Hosein Amir Abdolahian, ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, disse, esta quarta-feira, que "o ato insultuoso e indecente de uma publicação francesa de publicar caricaturas contra a autoridade religiosa e política não vai ficar sem uma resposta decisiva e efetiva".
Depois do comentário, publicado na conta do Twitter, ter sido feito hoje de manhã, Nicolas Roche, embaixador francês em Teerão, foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) iraniano, onde recebeu os protestos do regime.
اقدام توهین آمیز و خارج از نزاکت نشریه ای فرانسوی در انتشار کاریکاتور علیه مرجعیت دینی و سیاسی بدون پاسخ قاطع و موثر نخواهد بود. به دولت فرانسه اجازه نمیدهیم پا را از گلیم خود فراتر گذارد.آنها قطعا مسیر اشتباهی را انتخاب کرده اند. پیشتر این نشریه را در فهرست تحریمها قرار دادیم.
— H.Amirabdollahian امیرعبداللهیان (@Amirabdolahian) January 4, 2023
Naser Kanani, porta-voz do MNE, disse, em comunicado, que foi transmitido a Roche que "o Irão não aceita os insultos contra as suas santidades e os valores islâmicos, religiosos ou nacionais e que a França não tem direito a justificar os insultos aos valores sagrados de outros países e nações muçulmanas, sob o pretexto da liberdade de expressão".
A República Islâmica do Irão responsabiliza o governo francês das consequências de este ato e que "se reserva o direito de responder proporcionalmente", lê-se ainda na nota.
Kanani apresentou o protesto oficial sobre o caso ao embaixador e "o Irão está à espera da explicação e da ação compensatória do governo francês como condenação do comportamento inaceitável da revista".
Recorde-se que Charlie Hebdo lançou, em 8 de dezembro, um concurso de caricaturas do líder iraniano, como símbolo da repressão contra a mulher no Irão, que não vê ao fundo do túnel uma saída para a onda de protestos que têm ocorrido.
Par #Biche pic.twitter.com/liMBG8yrwr
— Charlie Hebdo (@Charlie_Hebdo_) January 4, 2023