Um partido conservador?

O CDS é liberal confiando no mercado livre, que promove a eficiência e a competitividade saudáveis com serviços e empresas eficazes, mas com coração e solidariedade na proteção dos mais desfavorecidos.

por Raquel Paradela Faustino
Jurista e membro da direção nacional do CDS-PP

As mudanças devem ser cautelosas e graduais. Devemos ter a capacidade de valorizar as nossas instituições políticas e sociais e de tirar o melhor partido do que a história ajudou a criar e moldar, alterando-as e adaptando-as ao evoluir dos tempos e das necessidades da nossa sociedade.

Um partido conservador é um partido que constrói soluções com prudência, olhando para a política como a arte do respeito pela história e tradição, sem ideologias irracionais e aventureiras de sociedades utópicas.

Se esse partido for temperado pela Democracia-Cristã, defende a liberdade na economia através de um olhar humano do capitalismo, onde o estado social é o mecanismo de diminuição das suas desigualdades, no apoio aos mais desfavorecidos.

Complementado com o liberalismo, esse mesmo partido defende ainda a propriedade privada que se encontra estreitamente ligada à liberdade do individuo, porque se a sua subsistência depender de outros ou do próprio estado, não é possível ser-se livre.

O conservadorismo interliga-se com o liberalismo na medida em que valoriza o individualismo na economia, o progresso e a mudança como elementos fundamentais para uma sociedade saudável e progressista.

O CDS-PP é a interligação destas correntes, que se complementam e não se anulam.

A sua corrente conservadora é representada com a responsabilidade de um partido que valoriza a cultura, história e identidade nacionais, mas que mantém uma visão de mercado aberta a influências externas integradas num contexto europeísta e internacional.

É liberal confiando no mercado livre, que promove a eficiência e a competitividade saudáveis com serviços e empresas eficazes, mas com coração e solidariedade na proteção dos mais desfavorecidos.

Democrata-cristão porque os valores que nos moldam e identificam, enquanto comunidade, a instituição da família, a vida humana como um bem inviolável e a solidariedade como um dever na coesão social, são assentes no cristianismo. São as linhas de um partido que nunca colocará o materialismo à frente da vida humana. Que investirá sempre o seu orçamento na prevenção atempada das doenças e num sistema de cuidados paliativos que retire a dor e garanta qualidade de vida a todos os que destes cuidados precisarem.

É nesta confluência ideológica que o CDS-PP se estruturou, moldou, cresceu e desenvolveu, sempre com uma visão humanista e personalista. É neste equilíbrio que o CDS-PP faz falta a Portugal.