Nuno Araújo, ex-chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos na Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares e até há pouco tempo presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), está em vias de assumir o cargo de diretor-geral da Aethel Mining, concessionária das minas de ferro de Moncorvo. A notícia foi avançada pelo ECO.
No início de dezembro, Nuno Araújo já tinha anunciado que ia deixar o cargo na APDL no final do ano, altura em que terminava o seu mandato.
Investigado num processo de tráfico de influências (segundo noticiou a SIC-N em 2021), foi empossado presidente da administração portuária em julho de 2020, nomeado pelo então ministro Pedro Nuno Santos.
Agora foi convidado para diretor-geral da Aethel Mining, empresa britânica liderada pelo português Ricardo Santos Silva e pela norte-americana Aba Schubert, e que, em novembro de 2019, comprou a MTI – Ferro de Moncorvo, que detinha os direitos de exploração da segunda maior jazida de ferro da Europa.
Curiosamente, a concessionária das minas, em julho de 2020, por altura em que Nuno Araújo assumiu funções à frente da APDL, utilizou a Linha do Douro para exportar minério a partir de Leixões. Segundo escreveu o DN na altura, a Aethel Mining enviou, a partir das minas de Moncorvo e através da ferrovia, “até 1400 toneladas de ferro por dia para o Porto de Leixões, com destino ao mercado europeu”.
Ricardo Santos Silva e Aba Schubert são também os detentores da Aethel Partners, instituição financeira londrina que chegou a avançar com uma proposta de compra do Chelsea e que esteve também na tentativa de compra do banco Efisa, com Miguel Relvas como parceiro.