O tema tabu

Perante o aumento da mortalidade, há o receio de falar de um conjunto de causas associadas direta ou indiretamente à covid-19, por se tratar de um assunto ‘inconveniente’, que não interessa a ninguém abordar.

Muito se tem escrito sobre o aumento súbito da mortalidade em Portugal.  Fala-se do envelhecimento da população; mas este argumento não faz sentido, pois o envelhecimento é gradual, não explicando um agravamento repentino. 

Fala-se da gripe; mas gripe há todos os anos.

Fala-se da menor afluência da população ao sistema de saúde, em consequência dos confinamentos ou ao receio de contrair covid.

Mas não se fala de um conjunto de outras causas associadas direta ou indiretamente à covid-19, por se tratar de um assunto ‘inconveniente’. De um tema incómodo, que não interessa a ninguém abordar.

Não me refiro propriamente às sequelas de quem teve covid.

Refiro-me às consequências das medidas tomadas contra a covid, designadamente os confinamentos, o uso de máscaras e a vacinação.

Não há nada na vida que só tenha vantagens. Em todas as situações há o ‘outro lado’. Todos os medicamentos, por exemplo, têm contraindicações. E neste caso não será diferente.

Se falarmos abertamente com um médico hospitalar, ele dir-nos-á que se observa um aumento das infeções respiratórias, em consequência muito provavelmente dos confinamentos e do uso prolongado de máscaras.

As pessoas precisam de estar expostas aos micro-organismos mais correntes: é a forma de criarem resistências às doenças.

Tenho escrito várias vezes sobre isto, citando o caso de uma pessoa das minhas relações que se desinfetava constantemente – e acabou por morrer com uma septicemia, por ausência no seu organismo de anticorpos para combater uma infeção.

Ora, ao permanecermos longas temporadas em casa durante os confinamentos, ao utilizarmos máscaras na rua para nos protegermos da covid – o nosso organismo tornou-se mais vulnerável aos vírus, às bactérias e aos fungos. Perdeu resistências. Quando vejo pessoas, algumas responsáveis, dizer que seria bom adquirirmos o hábito de passarmos a usar máscara em múltiplas situações, interrogo-me: mas este indivíduo não percebe os riscos que isso comporta? Não percebe o perigo que existe numa proteção excessiva, deixando o nosso organismo sem defesas? 

Vivemos em sociedade, não vivemos numa redoma. O nosso corpo tem de ter capacidade para combater eficazmente a maior parte dos micróbios que circulam entre nós; caso contrário, à menor afeção claudica.

Julgo que os chineses estão a sofrer as consequências de um mito: a possibilidade de ‘covid zero’.

Era como querer parar a água de um rio. 

Fecharam as pessoas em casa, trancaram-nas, prenderam as que se aventuravam a sair, montaram uma sinistra máquina de repressão – mas não podiam manter a situação indefinidamente. A água foi-se acumulando na barragem – e a certa altura o dique desabou, provocando uma gigantesca inundação. É o problema com que a China se está agora a debater.

Mas se esta ideia pode ser mais ou menos aceite, há outra muito mais sensível que nenhum médico ou cientista se atreve a colocar: falo das consequências das vacinas.

Eu percebo que as autoridades queiram que as pessoas se vacinem, e qualquer dúvida que se coloque a esse respeito pode afetar o processo de vacinação.

Tenho a convicção – e digo convicção, porque neste campo não há ainda tempo nem estudos que permitam quaisquer certezas – de que o balanço do ‘deve e haver’ é largamente favorável às vacinas. Muito mais pessoas teriam morrido se as pessoas não tivessem sido vacinadas. Mas conheço casos de pessoas vacinadas que tiveram graves problemas e outras não vacinadas que não sofreram praticamente nada.

E conheço casos de mortes súbitas suspeitas de pessoas vacinadas com todas as doses. E disto é que ninguém se atreve a falar. É um assunto absolutamente tabu. Ora, por uma questão de seriedade, o assunto deveria ser colocado abertamente e investigado. Nunca, como agora, tive conhecimento direto de casos de pessoas sem patologias graves que morreram subitamente, sem nada que o anunciasse. 

Embora vivamos numa democracia, há certos assuntos que não são publicamente abordados por se achar que um ‘bem superior’ se levanta. Só que este é o argumento que justifica todas as censuras. 

No caso da covid-19 há muitos silêncios, há o receio de se levantarem questões sensíveis, o temor de se olhar de frente para certos problemas. Mas o aumento da mortalidade vai inevitavelmente confrontar-nos com esta pergunta: quantas dessas mortes são provocadas pelas medidas tomadas contra a covid? Quantas se relacionam com a diminuição das defesas da população em consequência dos confinamentos e do uso de máscara? Quantas se relacionam com a vacina e seus possíveis efeitos secundários?

Mais tarde ou mais cedo, a resposta a estas perguntas impor-se-á, porque é possível limitar-se a discussão por algum tempo – mas é impossível limitá-la para sempre.