Um homem de 33 anos suspeito de tentar matar uma pessoa dentro da discoteca Avenue Club, em janeiro de 2019, em Coimbra, vai começar a ser julgado na manhã da próxima quinta-feira.
O arguido já tinha sido condenado por importunação sexual, roubo e sequestro e agora acusado dos crimes de homicídio qualificado na forma de tentada, coação e detenção de arma proibida.
O caso aconteceu a 27 de janeiro de 2019, na discoteca Avenue Club, que entretanto encerrou, onde, em 2017, morreu um segurança do estabelecimento depois de ter sido alvejado.
Segundo a acusação, acedida pela agência Lusa, o arguido aparentava estar embriagado e conseguiu entrar na discoteca com uma arma fogo, que já tinha disparado para o ar, fora do estabelecimento.
Já dentro do espaço, pelas 6h50, o arguido terá tentado desencadear um conflito com um grupo de homens, tendo um amigo do suspeito e um segurança tentado afastá-lo.
O homem desafiou um outro indivíduo para um "mano-a-mano" fora da discoteca e, depois de este inicialmente não aceitar, acabou por ceder.
Nessa altura, o suspeito terá levado a mão a uma bolsa que tinha à tiracolo, de onde retirou a arma de fogo, que terá disparado na direção da vítima, quando os dois se encontravam na zona de acesso às escadas superiores da discoteca.
De acordo com o Ministério Público, o arguido só não atingiu a vítima por estar embriago e porque os amigos o agarraram no momento do disparo, cujo projétil atingiu a ombreira de uma das portas de acesso a um armazém da discoteca.
Um colega do ofendido retirou a arma de fogo ao arguido e entregou-a a um segurança, que posteriormente a deu a um amigo do suspeito. Depois de este ter insistido, o amigo devolveu-lhe a arma e o arguido foi para o exterior da discoteca à procura do homem que lhe tinha inicialmente retirado a arma.
Quando o encontrou, obrigou o homem a ajoelhar-se enquanto lhe apontava a arma à cabeça.
Segundo o MP, um amigo do arguido disse-lhe "repetidamente" que aquele homem não era o homem que lhe tinha tirado a arma, tendo o arguido acabado por se afastar do local.
No processo, também a namorada do arguido é suspeita, uma vez que foi encontrada uma soqueira na sua habitação.
O Ministério Público pede que o homem seja condenado como reincidente.