por Luís Jacques
Engenheiro civil
O Governo socialista de António Costa não tem um problema de comunicação interna. Tem um grande problema com a verdade, pois passa a vida a mentir!
Ou seja, se não tem havido as conversas no WhatsApp é como se Pedro Nuno Santos nunca tivesse sabido de nada, como ele afirmou inicialmente. Alguém acredita que ele, o secretário de estado e a chefe de gabinete se tivessem esquecido das conversas que tiveram sobre a saída de uma administradora da TAP e do pagamento de uma indemnização de meio milhão de euros?
Se o secretário de Estado das infraestruturas tivesse aprovado a saída da administradora Alexandra Reis e o meio milhão de euros de indemnização, sem comunicar e obter a aprovação do ministro, então tinha cometido uma ilegalidade, pois não tinha poderes para isso.
O mesmo se passa com o ministro Pedro Nuno Santos que tinha de consultar o ministro das Finanças para poder formalmente afastar a administradora Alexandra Reis do Conselho de Administração da TAP.
Portanto, ou não comunicou e deve ser responsabilizado judicialmente ou foi transmitido verbalmente para o ministro João Leão dizer que não sabia. Aguardamos as conclusões da Inspeção-Geral das Finanças.
Custa-me a crer que o primeiro-ministro António Costa não tivesse sido informado, mas como já houve o caso do aeroporto, já não digo nada.
De qualquer maneira a escola do Governo socialista de António Costa é a mesma de José Sócrates. Desde que não haja nada escrito a comprometer os governantes socialistas está tudo bem. O dinheiro era do amigo, o apartamento em Paris era do amigo, as férias pagas eram uma liberalidade do amigo…
Pedro Nuno Santos não ficou com a ficha limpa como eu ouvi na comunicação social. Ficou com a ficha bem negra!
O ex-ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho afinal sabia da derrapagem dos custos no Hospital Militar de Belém, pois recebeu um ofício no início das obras e, mais importante, além de um louvor, nomeou o anterior diretor para presidente da IMPORDEF, quando já eram conhecidos os factos que vieram a dar origem ao processo ‘Tempestade Perfeita’.
O ministro das Finanças, para além da nomeação de Alexandra Reis para presidente da NAV e da sua nomeação para secretária de Estado do Tesouro, está agora envolvido em investigações sobre assuntos ocorridos quando era presidente da Câmara de Lisboa. Ainda vamos ver o ministro Fernando Medina reconhecer que se tinha esquecido de umas comunicações no WhatsApp.
Os membros do Governo durante os seus mandatos têm de cumprir o que está na lei, bem como, tem de existir documentos formais que suportam as decisões tomadas. Isto não é maneira de gerir um país. Isto é maneira de gerir as associações de estudantes que é a experiência que os governantes socialistas têm.
Os ministros João Cravinho e Fernando Medina não têm condições políticas para continuarem em funções.
António Costa tem de assumir as suas responsabilidades e pedir a demissão do governo. Se o Presidente Marcelo o chama novamente para formar outro Governo ou dissolve o Parlamento e convoca eleições é outra história.