Professores rumam a Lisboa

Depois de se manifestarem na cidade invicta, os professores seguem para Lisboa, prometendo não parar ‘até o ME responder às justas reivindicações’. Os sindicatos foram convocados para uma nova ronda negocial.

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, avisou, na manifestação que esta quarta-feira juntou milhares de pessoas no Porto, que os professores «só vão parar de lutar quando o Ministério da Educação (ME) responder às suas justas reivindicações». «A determinação destes professores e a vontade de continuar a lutar são extraordinárias e isto não vai parar enquanto o Governo não der resposta aos problemas dos professores», disse Nogueira à agência Lusa, em plena Avenida dos Aliados. «Hoje está praticamente tudo fechado no distrito do Porto. A greve hoje estará num nível de 97 ou 98% [de adesão]. Há escolas a 100% em todo o distrito. Foi uma greve que nunca baixou dos 90% e vai aumentando à medida que o Ministério vai fazendo reuniões e não dá resposta», resumiu.

Apesar de o protesto decorrer no coração da cidade invicta, os olhos dos professores já estavam em Lisboa, onde voltarão a participar em mais uma manifestação nacional que se realizará na capital no sábado.
Novo encontro

Na quinta-feira, os sindicatos de professores foram convocados para uma nova ronda negocial no Ministério da Educação agendada para 15 e 17 de fevereiro. A informação foi adiantada à Lusa pelo secretário-geral da Fenprof e confirmada pelo Ministério. 

As reuniões vão realizar-se numa mesa única e incidirão sobre um novo regime de concursos, assim como outras matérias que têm estado no centro das reivindicações sobre o regime de concursos e colocação de docentes nas escolas.

Três exames nacionais
Na segunda-feira, os ministérios da Educação e do Ensino Superior decidiram, em conjunto, manter a obrigatoriedade do exame de Português (ou português língua não materna) para todos os alunos que concluam o ensino secundário, assim como mais dois exames à sua escolha. Além disso, foi também decidido que os exames nacionais passam a ter um peso de 25% na classificação final dos alunos nas respetivas disciplinas, quando antes era de 30%.

Relativamente à média final dos estudantes para o acesso ao Ensino Superior, o Governo vai introduzir «uma ponderação relativa das disciplinas na classificação final do ensino secundário», garantindo «a proporcionalidade entre diferentes disciplinas». As alterações entrarão em vigor no próximo ano.