Um dos mais fatais terramotos das últimas décadas

O terramoto na Turquia junta-se a uma série de catástrofes que marcaram o país. O mais fatal aconteceu em 1939 e provocou mais de 32 mil mortos e mais de cem mil feridos.

A Turquia situa-se numa zona sísmica ativa e, por isso, ao longo da sua história, teve de enfrentar diversos sismos com consequências bastante fatais. «Quase toda a Turquia é do ponto de vista sísmico ativa», disse o sismólogo da Universidade de Missouri, Eric Sandvol, à Associated Press, citado pelo USA Today. «Isto não é algo novo para o país».

Os mais graves terramotos na história moderna deste país aconteceram, respetivamente, a 26 de dezembro de 1939 e a 17 de agosto de 1999. 

O mais fatal provocou mais de 32 mil mortos e mais de 100 mil feridos. À semelhança do que se está a observar atualmente, o facto de o terramoto ter acontecido durante as rígidas temperaturas de inverno dificultou as missões de salvamento, especialmente depois de ter sido reportada a destruição de mais de 116 mil edifícios. 

Em relação ao terramoto de 1999, provocando cerca de 17 mil mortes e deixando ainda 500 mil pessoas sem abrigo e 50 mil feridos, levou o Governo a criar um imposto para ajudar a proteger o país, no entanto, há quem acuse o Executivo de não ter aplicado este dinheiro corretamente.

Contudo, o meio de comunicação norte-americano recorda que, há pouco mais de três anos, em janeiro de 2020, a Turquia foi atingida por um terremoto de magnitude 6,7, o que «causou danos significativos». Nesse mesmo ano, a 30 de outubro, um terramoto de magnitude 7.0 voltou a atingir este país fazendo mais de cem feridos e mil feridos, deixando centenas de pessoas sem abrigo. Esse foi o mais fatal terramoto de 2020.

Mesmo perante esta trágica história, o terramoto que atingiu a Turquia, na segunda-feira, está já a ser considerado um dos mais poderosos a atingir este país e um dos mais devastadores. «Vários fatores contribuíram para tornar esse terremoto tão letal. Um deles é a hora do dia em que ocorreu. Com o terremoto a ocorrer no início da manhã, muitas pessoas estavam em suas camas quando ocorreu e agora estão presas sobre os escombros de suas casas», escreve a CNN, acrescentando que o clima frio não tem ajudado nestas missões de resgate.

«Com um clima frio e húmido na região, as condições precárias tornaram o acesso às áreas afetadas mais complicado e os esforços de resgate e a recuperação em ambos os lados da fronteira tornaram esse trabalho mais desafiador, após a chegada das equipas», pode ler-se no meio de comunicação norte-americano.

«Com registos de aguaceiros e neve na região, estes elementos contribuem para um risco de hipotermia a vida dos que estão presos sobre os escombros – que já passaram dias sem comida e água», acrescenta a CNN. «Enquanto isso, as autoridades pediram aos moradores que deixassem os prédios para a sua própria segurança, devido a preocupações de novas réplicas», alertam.

Mais devastadores de sempre

Não é fácil definir o mais devastador terramoto da história do planeta, uma vez que, existem diversos fatores para medir a sua fatalidade, assim como diferentes contextos que marcam a época em que este «abalou» a Terra.

No entanto, segundo o USA Today, o mais «poderoso» terramoto alguma vez registado aconteceu no Chile, em 1960, com uma magnitude de 9,5.

Conhecido como terremoto de Valdivia, «gerou um tsunami que foi destrutivo não apenas ao longo da costa do Chile, mas também em todo o Pacífico, sentido no Havai, Japão e Filipinas», escreve o meio de comunicação norte-americano, citando informações recolhidas pelos Centros Nacionais de Informações Ambientais da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica.

Segundo estas instituições, o número de mortos associados ao terremoto de Valdivia e ao tsunami variam, mas é estimado que esteja seja entre as 490 a 5.700 vítimas, deixando ainda três mil pessoas feridas e a destruição de mais de 58 mil casas, o que deixou dois milhões de pessoas sem abrigo.

Mais recentemente, o terramoto mais fatal foi registado em 2010, no Haiti, provocando 222.570 mortes, cerca de 300 mil feridos e mais de 10 mil milhões de euros em prejuízos.  

Até ao momento, o sismo na Turquia e Síria é o sétimo mais fatal do século XXI.