Os casos de abusos sexuais na igreja católica portuguesa não ‘mancham’ as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), disse Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa.
"Mancha indelével é um jovem ou uma criança ter sofrido um abuso. Para a JMJ e para a notoriedade da igreja, seja lá para o que for, nada se compara ao sofrimento vivido por alguém tenha sido vítima de um crime destes, tudo o resto é secundário", frisou Américo Aguiar, em declarações aos jornalistas, antes de um encontro com jovens no Instituto Justiça e Paz, em Coimbra, na quarta-feira.
Para o responsável, o relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, apresentado na segunda-feira, não reduz a participação no encontro, uma vez que as decisões de participação ou não "decorrem no coração de cada um", e que até à data os "desejos de inscrição" estão a atingir os 500 mil na primeira fase, "sem que houvesse qualquer tipo de reação, nem melhor nem pior".
Além disso, o líder da organização das JMJ salientou o facto de a igreja católica portuguesa ter avançado com a comissão independente e de ter criado todas as condições para que os trabalhos fossem possíveis.
"Agora é o momento de lermos o relatório e de quem de direito tomar as decisões que são urgentes e inadiáveis para que não volte a acontecer", sublinhou.
"O que devia ser feito foi feito e o que tem de ser feito tem de ser feito, independentemente dos calendários, porque, como dizia há dias, a dor não prescreve, o mal está feito e o que é preciso fazer é impedir que volte a ocorrer", disse ainda.
A JMJ – o maior acontecimento da Igreja Católica – vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.