Depois de ter ouvido o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defender o reforço da cooperação bilateral e o investimento de empresas norte-americanas em Angola, Luanda recebeu a visita dos Reis de Espanha e, em março, será a vez do Presidente de França, Emmanuel Macron, rumar a Luanda, numa visita que coloca este país africano na rota das maiores nações europeias.
O Presidente francês anunciou, esta quinta-feira, que na próxima semana vai fazer um périplo por quatro países da África Central, nomeadamente, o Gabão, onde Macron assinará presença, no dia 1 de março, numa cimeira ambiental, seguindo-se Angola, a República do Congo e, finalmente, a República Democrática do Congo.
Esta visita acontece numa altura em que Paris tenta conter a crescente influência chinesa e russa nesta região. Macron e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de espalhar desinformação de forma a minar os interesses franceses em suas ex-colónias e alertam também para a presença de mercenários russos, o grupo Wagner, envolvidos em agressões na Síria e Ucrânia, de estarem ativos no Mali, o que forçou a França a retirar tropas em missões anti-extremistas, e na República Centro-Africana.
No início de fevereiro, o Presidente angolano, João Lourenço, falou ao telefone com Macron sobre a cooperação bilateral entre os dois países, e, agora, com esta visita, pretende aprofundar os laços entre ambas as nações. Na chamada telefónica foi ainda discutido o conflito no leste da República Democrática do Congo, país vizinho de Angola. Sobre esta temática, a nota realça que os dois Presidentes «defenderam a necessidade de coordenação entre os diversos intervenientes no processo para que haja progresso e se evite qualquer escalada».
Visita real
Entretanto, os Reis de Espanha, Filipe VI e Letizia, chegaram, no dia 6 de fevereiro, a Angola, para uma visita de três dias. O monarca espanhol disse que Angola pode e deve aproveitar para relançar o crescimento, fortalecer o desenvolvimento económico e social, objetivos para os quais o Governo espanhol pode contribuir com apoio empresarial e financeiro. «Angola atravessou um período muito complicado em termos económicos nos últimos anos. De um contexto, em 2018, de profunda recessão, com o preço do petróleo em mínimos históricos, devido ao acordo com o FMI e a execução de um estrito programa de estabilização macroeconómica», lembrou Filipe VI, destacando ainda os progressos de Angola no saneamento das contas públicas, baixa da inflação e uma balança de pagamentos equilibrada, bem como reservas internacionais estáveis.