Os Estados Unidos da América, o Reino Unido e a Austrália assinaram um acordo que permite aos australianos adquirirem os primeiros submarinos nucleares na história do país.
Reunido com o seu homólogo americano e inglês, o primeiro-ministro Australiano Anthony Albanese, afirma que este investimento é "o maior da história nas capacidades de defesa da Austrália". O ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, afirmou que o AUKUS é fundamental para defender a soberania do país, numa altura em que há um forte investimento em armamento na região, o maior desde a Segunda Guerra Mundial.
Quem não gostou do novo acordo foi a China que fez saber aos três estados do pacto AUKUS que "continuam por um caminho perigoso" e ignoram "as preocupações securitárias da comunidade nacional". Numa altura em que se discute tanto o domínio territorial do Indo-Pacífico, a notícia de que a Austrália vai adquirir estes submarinos não foi bem acolhida pela China.
O plano AUKUS – acrónimo que reúne os nomes dos países envolvidos no plano – irá custar à Austrália 336 mil milhões de euros até 2050, começando o país por investir nove mil milhões, que serão gastos nos próximos cinco anos.
O plano contempla quatro fases. Na primeira, os marinheiros australianos serão treinados para se ambientarem às novas embarcações. Na segunda fase, que apenas se irá iniciar em 2027, os EUA irão realocar quatro submarinos da classe Virginia para a base naval HMAS Stirling, na costa oeste da Austrália. Não deixando os americanos sozinhos, o Reino Unido irá estacionar um submarino Astute na mesma base.
Será contemplado na terceira fase do plano AUKUS a venda de quatro submarinos da classe Virginia, por parte dos EUA, à Austrália. Está também previsto a compra de mais dois submarinos caso necessário.
A quarta e última fase do plano será a construção e desenvolvimento da nova classe de submarinos SSN-Aukus, com tecnologia americana e design britânico. Estes submarinos serão construídos na Austrália e no Reino unido. Estima-se que a Austrália receba o primeiro submarino da classe SSN-Aukus, produzido em solo australiano, apenas em 2040.
Apesar de o Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciar que estes submarinos, mesmo movidos a energia nuclear, não serão equipados com armamento nuclear, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês não deixou de fazer avisos à navegação, leia-se EUA, Reino Unido e Austrália.
Os novos submarinos terão maior capacidade de ataque e podem permanecer no mar durante mais tempo sem necessidade de abastecer, o que irá evitar a deteção por parte de radares.