Governos querem banir TikTok

Os Estados Unidos estão a estudar a possibilidade de banir o TikTok no país enquanto no Parlamento Europeu a aplicação já foi proibida.

Diversos países e instituições em todo o mundo estão a preparar-se para banir o TikTok, considerando que esta rede social pode ser um perigo para a «segurança nacional». A aplicação chinesa de partilha de vídeos curtos é acusada de partilhar os dados dos seus utilizadores com o governo de Pequim.

A Casa Branca, Downing Street, no Reino Unido, e o Parlamento Europeu estão a criar estratégias para proibir a popular aplicação, detida pela empresa ByteDance, uma medida que pode vir a estender-se a outras tecnologias deste estilo.

Um grupo de senadores, que juntou membros dos partidos Republicano e Democrata, apresentou, esta terça-feira, uma legislação com o objetivo de dar ao governo novos poderes para proibir o TikTok e outras tecnologias estrangeiras caso estas representem ameaças à segurança nacional. O projeto de lei – que já mereceu o apoio da Casa Branca – dá ao departamento de comércio autoridade para impor restrições, como a proibição do TikTok, uma aplicação que é usada por mais de 100 milhões de americanos, informou o senador democrata Mark Warner, que preside ao comité de inteligência. Warner afirmou ser de grande importância o governo americano «fazer mais» em relação ao que considera ser um ameaça para a segurança dos Estados Unidos.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, elogiou o projeto de lei, referindo que este tem a capacidade para «fortalecer a capacidade de lidar com riscos distintos apresentados por transações individuais e riscos sistémicos apresentados por certas classes de transações envolvendo países de interesse em setores de tecnologia sensíveis», pode ler-se no Guardian.

O TikTok está sob crescente pressão por parte dos governos ocidentais, que acusam a aplicação de partilhar os dados dos seus utilizadores com o governo chinês, o que representa uma violação dos interesses de segurança ocidentais. O presidente-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, irá comparecer no Congresso norte-americano no dia 23 de março.

Mark Warner afirmou que a nova legislação, além do Tiktok, poderá vir a ser aplicada a outras tecnologias de países como a China, Rússia, Coreia do Norte, Irão, Venezuela e Cuba.

 

Reino Unido e Europa afastam-se do TikTok

Entretanto, no Reino Unido, diversos membros do governo britânico também estão a pressionar o primeiro-ministro Rishi Sunak para que aprove a proibição desta rede social.

Sunak parece no entanto resistir a tomar uma decisão para impedir que os seus ministros usem o TikTok, uma vez que a aplicação está a tornar-se cada vez mais popular entre os políticos do Reino Unido.

«O governo precisa de reconsiderar as suas políticas e agir para proibir funcionários do governo e ministros de instalar esta aplicação em qualquer telemóvel utilizado para o trabalho», afirmou a presidente do comité de relações exteriores, Alicia Kearns, ao Guardian.

«Precisamos de uma discussão informada em todo o país, inclusive com os nossos filhos, sobre a importância dos nossos dados e como tudo eles podem revelar tudo sobre nós e como isso nos torna vulneráveis», acrescentou.

Este debate acontece numa altura em que o Parlamento Europeu decidiu banir o TikTok dos telemóveis dos seus funcionários por razões de segurança, assim como todos os dispositivos privados que tenham acesso ao e-mail do Parlamento ou à rede desta instituição.

Esta decisão é a mais recente numa tendência que já tinha sido adotada pelo «braço executivo da UE – a Comissão Europeia –, os dois co-legisladores – o Conselho da UE e o Parlamento Europeu –, o serviço diplomático – o Serviço Europeu para a Acção Externa (SEAE) –, assim como a instituição orçamental com sede no Luxemburgo – o Tribunal de Contas Europeu (TCE)», enumera a Euronews.

O parlamento da Dinamarca também anunciou, esta terça-feira, que pediu a todos os seus funcionários que removessem esta aplicação dos seus dispositivos móveis por causa do «risco de espionagem».