Os trabalhadores da Agência Lusa estão a realizar uma greve de quatro dias desde as 00h00 de quinta, onde exigem aumentos salariais.
Agora, escreveram uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa, a pedir que intervenham.
Nas cartas enviadas pelos trabalhadores da única agência de noticias portuguesas, lê-se que estes se "viram obrigados" a escrever aos mais altos representantes do Estado "após o imobilismo da administração da empresa, cuja contraproposta de 74 euros, face à exigência de um aumento de 120 euros, é insuficiente".
"É insuficiente porque pedimos 10 euros por cada um dos 12 anos sem aumentos salariais reais que os trabalhadores do quadro enfrentam, entre outras reivindicações, num sinal claro de que a empresa está ainda manietada por cortes do tempo da troika", escrevem também.
Os trabalhadores sublinham o facto de os sindicatos (Sindicato dos Jornalistas, SITE CSRA – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas e SITESE – Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços) terem baixado a "pretensão de aumento salarial para os 100 euros, mas, mesmo assim, a administração decidir manter apenas "a proposta dos 74 euros".
É ainda notado o facto de a greve de ontem ter tido uma "adesão massiva, acima dos 90%", paralisando todo o serviço da agência, destacando os trabalhadores a sua "união em torno de uma causa: a dignificação das condições de trabalho de quem assegura diariamente a coesão territorial, por forma de um jornalismo rigoroso e isento".
"Sem a Lusa, muitos territórios do país não teriam qualquer presença no panorama mediático nacional. Valorizar a agência de notícias nacional é garantir que nenhum ponto do país seja invisibilizado", lê-se na missiva.
Na carta enviada ao Primeiro-ministro, os trabalhadores escrevem que "o Governo pode e deve desbloquear esta situação e dar resposta a uma reivindicação que até fica aquém, ainda assim, do que seria um real reforço das condições de trabalho. Por isso, pedimos-lhe que o faça".
Já na carta enviada ao Presidente da República, os funcionários da Lusa lembram uma frase dita pelo próprio: “Para uma democracia forte, é preciso uma comunicação social forte. Se a comunicação social não é forte, a democracia não é forte".
"Subscrevemos e vincamos que sem uma agência de notícias forte, não haverá comunicação social ou democracia forte no nosso país. Com isto em mente, pedimos-lhe que interceda em nosso favor da maneira que encontrar, sendo certo que o Presidente da República é conhecedor do quão fundamental é a Lusa para a democracia, para o país e para a própria Língua Portuguesa. Destruir a Lusa é atacar a democracia", concluem.