Os Estados Unidos e as Filipinas começaram, esta terça-feira, os seus maiores exercícios militares conjuntos de todos os tempos, sobre o Mar do Sul da China e o Estreito de Taiwan, um movimento que provavelmente complicará as relações com a China e a Coreia do Norte .
Estes exercícios ocorrem anualmente entre os aliados de longa data vão decorrer até 28 de abril e envolverão mais de 17.600 militares, cerca de 12 mil soldados americanos e mais de 5 mil membros das forças armadas das filipinas. Os exercícios incluirão fogo real e um ataque com mísseis que tem o poder para afundar barcos.
“O Exercício de Balikatan aprimora as táticas, técnicas e procedimentos da AFP e das Forças Armadas dos Estados Unidos em uma ampla gama de operações militares”, disse o porta-voz da AFP, coronel Medel Aguilar, em comunicado divulgado pela Embaixada dos EUA na semana passada. “Isso aumenta nossa capacidade de trabalhar em conjunto de forma eficaz e eficiente em resposta a várias situações de crise.”
“O destaque será o exercício combinado de fogo real litoral, que visa ensaiar técnicas e procedimentos táticos conjuntos e combinados para executar um ataque marítimo”, disse o major-general Marvin Licudine, responsável filipino pelos exercícios militares, num discurso na cerimónia de abertura, citado pela Reuters.
Esta é a mais recente demonstração do poder de fogo norte-americano na Ásia, com a administração do Presidente, Joe Biden, a reforçar um arco de alianças para melhor combater a China, incluindo num possível confronto sobre Taiwan, uma ilha democrática que Pequim reivindica como território chinês.
"As relações que temos, que construímos nestes exercícios, vão tornar-nos mais rápidos a responder a conflitos, crises, assistência humanitária e alívio de catástrofes", disse o major-general da Marinha dos EUA, Eric Austin.
“Não estamos a tentar provocar ninguém, estamos simplesmente a fazer exercícios”, disse o coronel Michael Logico, porta-voz filipino de Balikatan, a repórteres antes do início das manobras, referido pelo Guardian. “Na verdade, isso é uma forma de dissuasão”, disse Logico. “Dissuasão é quando estamos desencorajando outras frentes de nos invadir.”
Face estes exercícios militares, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un prometeu que o país irá melhorar o seu arsenal nuclear de forma mais «prática e ofensiva» de forma a desenvolver a defesa do país.
Segundo a agência estatal de notícias norte-coreana, KCNA, diversos membros do Partido Comunista da Coreia do Norte estiveram a analisar a situação de segurança na península coreana numa altura em que "os imperialistas dos EUA e as marionetas traidoras coreanas estão a tornar-se ainda mais descarados nas suas movimentações para uma guerra de agressão", citaram.