Na verdade, é uma lista que ficou mais modesta, pois a candidatura intitulada «Obras de Arquitetura de Álvaro Siza em Portugal» já integrava uma candidatura indicativa do Património Mundial de Portugal desde 2016, com uma lista de 18 projetos, tendo sido agora sido diminuída para oito. Os oito projetos que assumem de ora em diante um destaque ainda maior são o edifício da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), a Piscina das Marés e a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, duas obras que se notabilizam pela perfeita integração na paisagem, o Museu de Serralves e o Bairro da Bouça, no Porto, o Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, Lisboa, a Igreja do Marco de Canavezes e a Casa Alves Costa, em Caminha.
O diretor da FAUP, João Pedro Xavier, responsável por ter revisto a candidatura, explicou que se tratava de uma lista que reunia as melhores condições de ser atendida pela UNESCO uma vez que «a maior parte dos projetos são já património», mas também devido à«variedade tipológica ou funcional dos edifícios propostos».
O diretor da FAUP adiantou ainda que «a candidatura está preparada com as chamadas extensões futuras», de forma a que, mais tarde, se possam associar outros projetos, incluindo alguns construídos no estrangeiro (por exemplo, o famoso edifício Bonjour Tristesse, em Berlim). «Aí, a ideia é incluir não só algumas obras que já estão na lista indicativa, a Malagueira [em Évora], o Chiado [o projeto de reconstrução depois do grande incêndio de 1988] e outras obras significativas, mas também abrir para obras no estrangeiro que estejam fora de Portugal», esclareceu João Pedro Xavier.
Nascido em 1933, Álvaro Siza Vieira foi discípulo de Fernando Távora e é considerado o expoente máximo da chamada ‘Escola do Porto’. Entre outras distinções, venceu os mais importantes prémios da disciplina, como o Mies Van der Rohe (1988) e o Pritzker (1992).