A caça aos ovos não podia ter corrido de pior maneira para o Benfica. Numa semana decisiva para dar o passo de glória na conquista do campeonato nacional e alimentar o sonho da Champions, Roger Schmidt decidiu optar pelo jejum. Ainda assim, o folar pode chegar mais tarde e tirar a barriga de misérias dos encarnados, mas as duas derrotas – contra o FC Porto e o Inter de Milão – deixaram um desgosto a lembrar o gelado esquecido no congelador na hora da sobremesa, como aconteceu durante a semana com Musa e Gonçalo Guedes no momento da substituição. Faltou inspiração e se sem Jesus não se pode esperar por semana Santa, nem milagres, resta aguardar pelo desfecho do mês de maio.
Não deixa de ser a injustiça do futebol. Depois de uma época cheia de doces chega ao clube da Luz a estranheza de sair de duas festas (em cinco dias) sem o saquinho das guloseimas.
Pela primeira vez com duas derrotas consecutivas desde o início de agosto de 2022, o Benfica procura este fim de semana descobrir a chave mestra para a reta final da Liga.
Com o domingo de Ramos ultrapassado, Gonçalo continua a ser um dos que faz os adeptos encarnados acreditar, assim como João também continua a prometer todo o seu potencial no mês Má(r)io. Aliás, a máxima que diz que em equipa que ganha não se mexe parece ser seguida à risca por Schmidt e o hábito dos triunfos parece deixar mesmo o técnico alemão amorfo nos momentos em que o jogo pede alterações.
Mas Schmidt acredita que nada está perdido e, se no campeonato, só uma catástrofe poderia impedir as águias de voarem para o troféu, na Liga dos Campeões o vento parece já não estar definitivamente a favor. Porém, nem isso leva o técnico a duvidar que no país da bota os encarnados podem ter o pontapé decisivo. Fica a dúvida se com a receita habitual ou se surgirão ingredientes novos na pizzaria da Luz.