António Costa comentou a recentes declarações polémicas de Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia.
O primeiro-ministro afirmou, depois de questionado sobre as críticas feitas pelo Presidente do Brasil dos Estados Unidos e a União Europeia, que "o Brasil é independente há 200 anos" e que, por outro lado, "há 200 anos que Portugal desenvolve com o Brasil uma relação de fraterna amizade".
"Essa relação de fraterna amizade com o Brasil fundamenta-se numa história comum, numa língua comum, em milhares de brasileiros que vivem em Portugal, milhares de portugueses que vivem no Brasil, na intensa relação comercial e política que existe entre uns e outros e no facto de fazermos parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, continuou o primeiro-ministro.
“Essa é uma realidade que tem existido ao longo de 200 anos, mesmo quando numa ocasião ou noutra tivemos posições radicalmente diversas seja em matéria de política externa, seja mesmo em política interna", considerou o líder do executivo português”, explicou o chefe do Executivo.
O primeiro-ministro enalteceu que, “felizmente”, existe “democracia em ambos os lados do Atlântico” e em todos os momentos, “Portugal e Brasil souberam sempre compreender que o nível das suas relações, a intensidade das suas relações, estão acima de qualquer divergência que possa existir, e elas são normais. Entre amigos também divergimos, entre irmãos também divergimos e entre Estados amigos e irmãos também há divergências. É normal", sustentou.
Sobre a posição de Portugal à invasão russa, Costa destacou o que Governo tem feito: "temos mantido e manteremos um suporte à Ucrânia do ponto de vista humanitário, financeiro, político e militar”, relembrando que o país “é vítima de uma violação brutal do direito internacional". "Esta é a nossa posição e nós não a alteramos em função de posições distintas que outros países nossos amigos, com quem temos relações fraternas possam ter", acrescentou.
"Tal como Portugal, Estado soberano, determina a sua política externa, outros países, Estados soberanos, determinam a sua política externa", concluiu.