Despesa militar mundial atinge “máximo histórico”

Este valor representa 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, avançou o mesmo documento, indicando que os três países que mais gastaram em 2022 – Estados Unidos, China e Rússia – representaram 56% das despesas militares globais.

Um estudo do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI) revelou que a despesa militar atingiu em 2022, a nível mundial, um "valor máximo histórico" de 2.240 mil milhões de dólares (2.036 mil milhões de euros), com os Estados Unidos a continuarem a liderar os países que mais investem em defesa militar, com 877 mil milhões de dólares (cerca de 797 mil milhões de euros) em 2022, o que representou 39% dos gastos totais mundiais.

Este valor representa 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, avançou o mesmo documento, indicando que os três países que mais gastaram em 2022 – Estados Unidos, China e Rússia – representaram 56% das despesas militares globais.

À escala mundial, trata-se do oitavo ano consecutivo de aumento do investimento no setor da Defesa.

"O aumento contínuo dos gastos militares globais nos últimos anos é um sinal de que vivemos num mundo cada vez mais inseguro. Os Estados estão a reforçar as suas forças militares em resposta à deterioração do ambiente de segurança, que não deverá melhorar num futuro próximo", alertou o investigador Nan Taian, do SIPRI, citado em comunicado.

De acordo com o relatório do SIPRI divulgado hoje, o maior aumento de despesas militares verificou-se na Europa Central e Ocidental (+13%) para um total de 313 mil milhões de euros, o que é considerado a maior subida em 30 anos, desde o fim da Guerra Fria, e que se deveu em grande parte à invasão militar russa da Ucrânia.

O instituto calcula que a Rússia gastou 86.400 milhões de dólares (cerca de 78.600 milhões de euros) em 2022, o que representa um aumento de 9,2% face ao ano anterior. O valor investido equivale a 4,1% do PIB russo.

Já na Ucrânia, as despesas militares cifraram-se em 44.000 milhões de dólares (40.000 milhões de euros), o que significa um aumento de 640%, "o maior de um país em apenas um só ano, jamais registado pelo SIPRI".

"A invasão da Ucrânia teve um impacto imediato nas decisões sobre despesa militar na Europa Central e Ocidental, o que incluiu planos plurianuais por parte de vários Governos", afirmou Diego Lopes da Silva, investigador sénior no SIPRI, igualmente citado em comunicado.

Aquele valor é três vezes superior à despesa da China, o segundo país que mais gasta no setor militar.

De acordo com o SIPRI, Pequim investiu na ordem dos 292 mil milhões de dólares (mais de 265 mil milhões de euros), o que significa uma subida de 4,2% em relação a 2021 e de 63% em comparação com 2013.

As despesas militares da China têm aumentado durante 28 anos consecutivos.