Comemorações de Norte a Sul. Saiba aquilo que pode fazer hoje

Lisboa, Santarém, Sintra, Setúbal, Porto e Évora são algumas das cidades onde se celebrará o 49.º aniversário da Revolução dos Cravos. Saiba aquilo que poderá fazer de Norte a Sul do país.

Comemorações de Norte a Sul. Saiba aquilo que pode fazer hoje

Lisboa

Na capital do país, existem várias iniciativas para comemorar o 25 de Abril. Uma das atividades mais populares é a tradicional cerimónia do hastear da bandeira, que ocorre na Praça do Município, no centro histórico da cidade. Esta é hasteada ao som do hino nacional e é feita uma homenagem aos heróis da Revolução dos Cravos. Como Maria Inácia Rezola, comissária das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril, explicou à agência Lusa, em março, as comemorações em Lisboa vão ser descentralizadas, com um núcleo no Palácio Baldaya, em Benfica. Depois de atuações do Grupo Coral “Planície Cantada” e do espetáculo “Cantigas da Liberdade”, do músico Sebastião Antunes, mentor do grupo Quadrilha, assim como da atuação dos Alma de Coimbra, no dia 25 de abril, o músico brasileiro Lenine subirá ao palco. Hoje, o destaque irá para o espectáculo “Liberdade, Nu Bai!”, com Rutthe Lopes, Soraia Morais, Rúben Torres, e Gisela Casimiro, acompanhados por Djodje Almeida na guitarra e Emílio Lobo na bateria. No que diz respeito aos debates, depois de temas como a política e a música, Hugo Henriques, designer gráfico e ilustrador, terá o desafio de fazer um cartaz sobre este dia tão significativo. A Avenida da Liberdade, uma das principais da cidade, é geralmente palco de várias apresentações musicais e de dança, assim como de exposições e atividades culturais.

 

Sintra

“A Câmara Municipal de Sintra assinala os 49 anos do 25 de Abril de 1974 com a já habitual cerimónia de hastear da bandeira nos Paços do Concelho, e com um programa repleto de concertos e espetáculos em diferentes pontos do concelho”, explica o município. Esta cerimónia “contará com a participação e atuação da Banda da Sociedade Filarmónica das Lameiras”. Pelas 16h00, o Centro Olga Cadaval recebe a peça de teatro musical País de Abril “que homenageia os que, quando perseguidos e censurados, recusaram calar-se para que, hoje, não nos faltasse a voz. Trata-se da história de um País, pelas palavras dos que fizeram história e derrubaram uma ditadura com a ajuda de uma pena e uma guitarra”. Estarão em destaque as palavras dos poetas Ary dos Santos, José Gomes Ferreira, Manuel Alegre e as melodias dos músicos Zeca Afonso, Zé Mário Branco e Fernando Tordo. O Multiusos de Belas também acolhe um concerto de Cante Alentejano pelo grupo ‘Os Populares do Cacém”, às 15h00. Recorde-se que Sintra teve um papel de relevo como centro de comunicações e transportes, devido à sua localização estratégica entre a capital e zonas limítrofes como Cascais. Foi a partir de Sintra que se coordenou a mobilização de forças militares e civis que apoiaram o movimento revolucionário em Lisboa.

 

Porto

No Porto, as Comemorações do 49.º aniversário do 25 de Abril são compostas por concertos de Luta Livre – o projeto de música de intervenção de Luís Varatojo -, Coral de Letras da Universidade do Porto, Jorge Lomba e Brigada Victor Jara. O programa conta igualmente com jogos tradicionais e o habitual desfile pelas ruas. As festividades condicionarão, temporariamente, algumas das artérias centrais da Invicta. Na noite anterior à revolução, os líderes militares do Movimento das Forças Armadas (MFA) transmitiram uma mensagem através da Rádio Renascença, pedindo a todos os portugueses que ficassem atentos e se mantivessem calmos. No dia 25 de abril, a população do Porto juntou-se em grande número na rua, demonstrando o seu apoio à revolução. As forças militares que se encontravam na cidade apoiaram a revolução, e houve confrontos entre as tropas fiéis ao regime e as que aderiram ao MFA. O Porto foi um dos principais centros da revolução, com a presença de importantes figuras do MFA, como o capitão Salgueiro Maia, que liderou a coluna militar que partiu de Santarém e se dirigiu a Lisboa, e o capitão Otelo Saraiva de Carvalho, que desempenhou um papel central no planeamento da revolução.

 

Santarém

“O Município de Santarém dá continuidade ao apoio financeiro à Comemorações Populares do 25 de Abril – Associação Cultural, com vista à programação do 49º aniversário da Revolução dos Cravos. Este apoio foi aprovado pelo Executivo Municipal, na reunião de Câmara que decorreu no dia 17 de abril”, noticiou o município, que teve um apoio de 49.532,10 euros, “devido ao trabalho desenvolvido por esta Associação, que ano após ano, e desde 1975, organiza ininterruptamente, um programa das comemorações do 25 de Abril para as 18 freguesias do Concelho, diversificado e que vai de encontro ao objetivo de continuar a demonstrar a excecional relevância e notoriedade histórica de Santarém”. É de lembrar que foi a partir desta cidade que partiu a coluna militar liderada pelo Capitão Salgueiro Maia, que teve como objetivo tomar o controle da capital, Lisboa, e derrubar o regime autoritário de Marcelo Caetano. A coluna militar saiu de Santarém na noite de 24 de abril e atravessou cerca de 100 km até Lisboa. Durante a sua marcha, a coluna militar foi-se juntando a outras forças militares que aderiram à revolução, e ao chegar à capital, contou com um grande número de soldados que se opuseram ao regime.

 

Setúbal

Dino D’Santiago atua hoje, pelas 21h, no Mercado Mensal de Azeitão, sendo que o espectáculo é seguido de fogo de artifício. O programa, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, com as juntas de freguesia e o movimento associativo, integra o projeto ‘Venham Mais Vinte e Cincos’, que assinala os 50 anos do 25 de Abril. Para além de Setúbal, em Alcochete, a data assinalar-se-á com a Sessão Solene do 25 de Abril, promovida pela Assembleia Municipal e, depois da cerimónia formal abertra a toda a população, poderá assistir, também gratuitamente, à peça de teatro ‘26 de Abril o dia Seguinte’. No palco passarão imagens de figuras como Salgueiro Maia, General Spínola, Otelo Saraiva de Carvalho, entre outros. Em Almada, o destaque vai para o espectáculo com fogo de artifício na praça almadense e, a partir das 00h30, depois de Carolina Deslandes, Tatanka, Anabela e Irma, ouvir-se-á Nenny. Em Sesimbra, depois de JP_Simões ter homenageado José Mário Branco, na segunda-feira, na Quinta do Conde a tarde dedicada às comemorações da Revolução será encerrada com o concerto dos Luta Livre, pelas 18h, no Parque da Vila.

 

Évora

“O dia 25 começa às 10h, na Praça do Giraldo, com a ‘Manhã Desportiva para Famílias’, que inclui demonstrações e prática de várias modalidades desportivas”, destaca a Rádio Nova Antena. Às 10h haverá uma demonstração de ginástica pelo Clube Ginástica de Évora, uma hora e meia depois uma demonstração de desportos de combate pelo Clube Stone Boys, às 12h15 de capoeira pelo Capoeira Alto Astral. Évora teve um papel importante na Revolução dos Cravos, na medida em que, na véspera do golpe, o Regimento de Infantaria 1 (RI1) de Évora recebeu ordens do Movimento das Forças Armadas (MFA) para tomar o controle da cidade e garantir a segurança das operações militares. Na madrugada de 25 de abril, a maioria dos soldados do RI1 aderiu ao movimento e ocupou os pontos estratégicos da cidade, incluindo a central telefónica e a estação de rádio. Os militares do RI1 também prenderam oficiais leais ao regime ditatorial de Marcelo Caetano. A partir de Évora, as comunicações e a coordenação da revolução foram possíveis, uma vez que a cidade possuía equipamentos de telecomunicações modernos e uma importante rede de estradas que ligava o sul e o norte do país.