O ativista antirracista Mamadou Ba começou, esta quarta-feira, a ser julgado por difamação, publicidade e calúnia, acusado pelo militante neonazi Mário Machado, avança a Lusa.
O despacho de pronúncia proferido pelo juiz Carlos Alexandre indica que Mamadou Ba “nem sequer veio provar a verdade dos factos”, sublinhando que se o arguido souber de crimes praticados por Mário Machado, que os denuncie “no lugar próprio”.
“O que não pode é substituir-se aos tribunais e invocar o direito de liberdade de expressão”, concluiu o juiz de instrução criminal, isto porque em 2020 Ba chamou, nas redes sociais, Mário Machado de “assassino” do cabo-verdiano Alcindo Monteiro, morto em Lisboa, em junho de 1995, por elementos de um grupo de "skinheads".
Mário Machado fazia parte do grupo, mas não foi condenado por homicídio pela morte de Alcindo Monteiro, por isso decidiu apresentar queixa-crime contra Mamadou Ba por difamação, publicidade e calúnia.
Entre as testemunhas arroladas pela defesa de Ba estão Francisca Van Dunem, a socialista Ana Gomes, o ex-líder do BE Francisco Louçã, o sociólogo Boaventura Sousa Santos, o deputado e líder do Livre Rui Tavares, o ex-deputado Miguel Vale de Almeida e os jornalistas Diana Andringa, Daniel Oliveira e Paulo Pena, entre outros.