O Chega foi excluído das delegações das visitas a parlamentos estrangeiros pelo Presidente da Assembleia da República, na sequência do protesto na sessão de boas-vindas a Lula da Silva, que será discutido em conferência de líderes em 10 de maio.
Em comunicado, enviado esta quarta-feira às redações, o gabinete do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva comunicou, esta quarta-feira, à conferência de líderes que, “sempre que as suas deslocações em visita oficial a outros parlamentos incluam contactos com chefes de Estado, chefes de Governo ou ministros dos Negócios Estrangeiros”, deixará de ser acompanhado por deputados do Chega.
O responsável argumenta que os deputados do partido de extrema-direita demonstraram que asseguram, “a 100%, que respeitam essas altas entidades e, em geral, as obrigações de respeito e cortesia que há muito caracterizam e distinguem a ação externa de Portugal”, deixando claro: “este critério aplica-se de imediato e significa a exclusão de qualquer representante do Grupo Parlamentar do Chega”.
André Ventura, líder do Chega, já reagiu, afirmando que a ação levada a acabo por Santos Silva é “o grau zero da democracia”, sendo, no seu entender, uma “atitude vingativa, infantil e ditatorial”.
“O Chega manifestou-se ontem [terça-feira], como o país todo viu, foi uma manifestação dentro do nosso mandato de deputados e enquanto representantes do povo português. A aplicação de sanções apenas desprestigiam o parlamento e acentuam um clima de conflitualidade já de si latente”, acrescentou, afirmando que na verdade não existe “nenhuma norma regulamentar nem regimental que permita a aplicação de sanções”.