Guardas turcos acusados de torturar e matar refugiados sírios

A Human Rights Watch descreve que os guardas turcos agrediram e torturaram, no dia 11 de março, “oito sírios que tentavam entrar ilegalmente na Turquia”.

Os guardas fronteiriços da Turquia foram acusados de alvejar e torturar cidadãos sírios que continuam a tentar entrar na Turquia, alertou a ONG Human Rights Watch (HRW), esta quinta-feira, lançando ainda um apelo ao governo deste país para lançar uma investigação sobre os abusos e mortes.

"Os guardas fronteiriços turcos dispararam indiscriminadamente contra civis sírios na fronteira com a Síria e torturaram requerentes de asilo e migrantes que tentaram entrar na Turquia", alertou HRW, através de um comunicado, acrescentando ainda que o governo turco devia "investigar as graves violações dos direitos humanos e fazer com que os guardas sejam responsabilizados pelos abusos".

A ONG descreve que os guardas turcos agrediram e torturaram, no dia 11 de março, "oito sírios que tentavam entrar ilegalmente na Turquia".

Estes especificaram que "um homem e uma criança" morreram durante a detenção e outros ficaram gravemente feridos. 

"Os guardas da fronteira e elementos das Forças Armadas da Turquia responsáveis pelo controlo das fronteiras são autores de maus tratos e disparam de forma indiscriminada contra os sírios, ao longo da zona de fronteira. Fizeram centenas de mortos nos últimos anos", acusou o diretor para a Ásia Central da HRW, Hugh Williamson.  

A Turquia acolhe no seu território cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios que abandonaram o seu país devido à guerra civil, que teve início em 2011, apesar das fronteiras entre ambos estarem encerradas.  

Da mesma forma, outra ONG, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, revelou que, desde o passado mês de janeiro, pelo menos doze cidadãos sírios foram mortos a tiro e vinte ficaram feridos devido às agressões dos guardas fronteiriços turcos.