Povos indígenas querem desculpas de Carlos III pelo passado colonial

A petição diz que o monarca deve apresentar um pedido de desculpas formal, a reconhecer os atos de genocídio britânicos contra os povos indígenas e a repatriar os artigos sagrados, assim como os restos mortais dos povos indígenas que estão nos museus e instituições britânicos.

Organizações e líderes indígenas de 12 países da Commonwealth pediram ao rei Carlos III que peça desculpas pelo impacto da colonização britânica sobre os povos indígenas, que denunciam como genocídio, escravização e pilhagem, avança a Lusa.

"Apelamos ao monarca britânico, o rei Carlos III, no dia da sua coroação, 6 de maio de 2023, para que reconheça o terrível impacto e o legado do genocídio e da colonização dos povos indígenas e dos povos escravizados", disse no Facebook o promotor da iniciativa, Nova Peris, antigo senador e copresidente do Movimento Republicano Australiano.

A petição diz que o monarca deve apresentar um pedido de desculpas formal, a reconhecer os atos de genocídio britânicos contra os povos indígenas e a repatriar os artigos sagrados, assim como os restos mortais dos povos indígenas que estão nos museus e instituições britânicos.

A carta, chamada "Desculpas, reparações e repatriamento de artefactos e restos mortais", relembra ainda ao Rei Carlos III do Reino Unido as suas palavras numa reunião de chefes de governo da Commonwealth, em junho de 2022, no Ruanda, onde garantiu que era "tempo" de reconhecer os erros do passado.

Representantes de Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas, que têm Carlos III como chefe de Estado, assinam esta carta em que pedem à Coroa para "redistribuir a riqueza" retirada aos povos originários.
"Esperamos que esta petição dê início a um processo de justiça", sublinhou Nova Peris.