Depois de ter estado 13 anos à frente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e de ter abandonado agora a liderança da confederação, António Saraiva vai agora assumir a presidência da Cruz Vermelha, após a saída de Ana Jorge para a Santa Casa (ver texto ao lado), apurou o Nascer do SOL.
De acordo com os estatutos da Cruz Vermelha, «o presidente nacional da CVP é nomeado e exonerado por despacho conjunto do primeiro-ministro e do ministro da Defesa Nacional, sob proposta do conselho supremo ou, não sendo obtido consenso neste órgão, por proposta de uma comissão constituída pelo ministro da Defesa Nacional ou seu representante e pelos presidentes da assembleia geral e do conselho fiscal».
Em recente entrevista ao Nascer do SOL após ter abandonado as rédeas da confederação, António Saraiva não levantou o véu em relação ao seu futuro, mas reconheceu ser um cidadão inquieto e prometeu que não iria demitir-se da sua militância cívica. «Sou um cidadão inquieto e defendo que nós cidadãos temos de ser ativos e participativos. A sociedade civil tem de se indignar com algumas coisas que se estão a passar. E não chega indignarem-se, têm de participar. Já que estamos a falar de frases, gosto também muito de uma que também conhece seguramente, que é a que diz que quando os governantes perdem a vergonha, os governados perdem o respeito. Não quero que a sociedade portuguesa chegue à falta de respeito. É tempo de atalhar caminho. É tempo de nós cidadãos, na nossa cidadania ativa, participativa exigirmos e participarmos».
Recorde-se que, no dia em que saiu da liderança da CIP, foi condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa, que lhe atribuiu a Ordem do Mérito Industrial. Em relação a esta agraciação, na mesma entrevista, disse apenas: «Senti-me duplamente honrado e emocionado. Quando nos distinguem, quando reconhecem o trabalho que fizemos até aquele momento é sinal de que foi bem feito. No entanto, já tinha passado por essa emoção, o Presidente Cavaco Silva já me tinha dado uma comenda, não sei qual é a hierarquia das comendas, nem isso me importa muito. Sem falsa modéstia, sou mesmo assim, penso que uma das características que me reconhecerá é o ser genuíno, ser legítimo».