O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, denunciou um "elevado número" de execuções no Irão desde o início do ano, com uma média de 10 condenações à morte por semana, avança a Lusa.
Pelo menos 209 pessoas foram executadas no Irão desde 1 de janeiro, principalmente por crimes relacionados com estupefacientes, segundo o representante da ONU, citado num comunicado, admitindo ainda que o número pode ser superior.
"Em média, desde o início do ano, mais de 10 pessoas são condenadas à morte todas as semanas, o que faz do Irão um dos países com um dos mais elevados números relativamente a execuções", explicou Turk.
"A este ritmo, é preocupante que o Irão esteja no mesmo caminho do ano passado quando 580 pessoas foram alegadamente executadas", acrescentou, dizendo mesmo que a situação é "abominável".
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, frisou, durante uma conferência de imprensa em Genebra, que se a tendência atual se mantiver "vai ser atingido um dos números mais elevados relativos à aplicação da pena de morte no Irão desde 2015", quando "foram registadas 972 execuções".
A ONU indicou ainda que "apenas alguns" Estados continuam a impor e a aplicar a pena de morte em todo o mundo.
Segundo as Nações Unidas, pelo menos 45 pessoas, incluindo 22 membros da minoria baluchi (cujos membros aderem em maior número ao Islão sunita, em vez do ramo xiita que domina a República Islâmica), foram executadas nos últimos 14 dias no Irão.
A maior parte foi executada por crimes relacionados com estupefacientes.