Por Luís Jacques , Engenheiro civil
O primeiro-ministro António Costa mesmo sabendo que o ministro João Galamba mentiu a propósito das reuniões secretas entre membros do Governo, deputados do PS e a CEO da TAP e já depois dos acontecimentos gravíssimos, no Ministério das Infraestruturas, resolveu não demitir João Galamba para mostrar que quem manda no governo é ele, já que o Presidente Marcelo fez saber que esperava que António Costa demitisse João Galamba.
Soubemos pelo adjunto do ministro João Galamba que as notas com as perguntas e respostas à CEO da TAP eram do conhecimento do ministro e que foi ele que sugeriu ao adjunto que não falasse nelas. Espero que se saiba a verdade sobre o que efetivamente estava no computador e quem chamou o SIS e a PJ. Aguardemos pelas audições, na CPI da TAP, para saber o que aconteceu.
A demissão do adjunto do ministro João Galamba é o comportamento padrão dos governantes socialistas. Vivem na informalidade para que não haja nada escrito que os possa comprometer. Não sabem de nada para não ter de assumir as suas responsabilidades. Quando um dos governantes é apanhado a mentir a culpa é dos secretários de estado, dos chefes de gabinete ou dos adjuntos que tomaram as decisões ou não os informaram e que acabam por ser demitidos.
António Costa fez mais uma encenação para secar os comentários do Presidente Marcelo sobre os ministros do seu governo e sobre a dissolução da Assembleia da República.
Espero que o Presidente Marcelo tenha aprendido que António Costa não está preocupado com os portugueses, com o país e com o prestígio das instituições democráticas. Ele só está preocupado com a sua carreira política e vai fazer tudo para que o convite de Bruxelas, para que seja o próximo Presidente do Conselho Europeu, se concretize.
Nessa altura, como o Presidente Marcelo já disse, dissolverá a Assembleia da República e convocará eleições antecipadas, mas António Costa já não poderá fazer-se de vítima e será o vilão que abandonará o país por indecente e má figura. Até lá ficará a queimar em lume brando com todas as revelações da CPI à TAP.
O primeiro-ministro António Costa disse, recentemente, na entrevista à RTP, a propósito da eventual dissolução da Assembleia da República, que «temos de nos habituar a respeitar a vontade dos cidadãos».
Acontece que foi António Costa que não respeitou a vontade dos cidadãos, quando não permitiu que o mandato de António José Seguro, como secretário-geral do PS, fosse até ao fim provocando eleições antecipadas. Também não respeitou a vontade dos cidadãos que o tinham eleito para presidente da Câmara Municipal de Lisboa, pois demitiu-se antes do fim do mandato para tomar de assalto o PS.
Ou seja, António Costa diz uma coisa e faz o seu contrário. Ele vendeu a alma ao diabo para ser primeiro-ministro. Como o PS ganhou as eleições europeias de 2014, ele achou que seria a altura ideal nas eleições legislativas de 2015. Tinha primeiro de afastar o seu camarada de partido António José Seguro para chegar a secretário-geral e poder concorrer às eleições legislativas de 2015.
No entanto, a coligação PSD/CDS de Passos Coelho/Paulo Portas ganhou as eleições legislativas de 2015 com 38,5 % dos votos. Contra todas as expectativas, o PS de António Costa perdeu a eleição com 32,3 %.
A prática constitucional, desde 1976, era que governa quem ganha as eleições e é oposição quem as perde. Basta lembrar que Cavaco Silva foi primeiro-ministro, em 1985, com 28% dos votos.
Não satisfeito com o resultado das eleições, não respeitou a vontade dos cidadãos, que deram a vitória a Passos Coelho/Paulo Portas e engendrou a ‘geringonça’ com os comunistas e os bloquistas, coisa que Mário Soares nunca tinha feito. É um oportunista político!
Os políticos e os governos não são todos iguais. A grande maioria dos atuais governantes socialistas fizeram parte dos governos de José Sócrates.
Ao fim de sete anos os portugueses já estão convencidos que os governos socialistas de António Costa têm sido mesmo muito maus?
Está no pódio dos piores governos que Portugal teve, desde o 25 de Abril de 1974, só ultrapassado pelos governos do general Vasco Gonçalves, no PREC, e dos governos socialistas de José Sócrates, que deixou o país na bancarrota e está acusado de crimes gravíssimos como corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no exercício das suas funções de primeiro-ministro.