O conflito no Sudão já obrigou mais 200 mil pessoas a fugirem do país, avançou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que alerta para o facto de este número poder aumentar para mais de 800 mil nos próximos meses.
Cerca de 700 mil pessoas já foram deslocadas internamente, enquanto muitas permanecem "confinadas às suas casas", incapazes de colmatar as suas necessidades mais básicas, explicou a porta-voz da agência, Olga Sarrado Mur, acrescentando que a deslocação é complicada devido aos combates e dispendiosa, devido à falta de combustível e o seu preço.
As pessoas que atravessam a fronteira são de nacionalidade sudanesa, mas existem muitas outras pessoas de outras nacionalidades, incluindo antigos refugiados que estão agora a regressar aos seus respetivos países, especialmente no caso do Sudão do Sul, afirma a porta-voz.
O violento conflito no Sudão coloca o exército do general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do Sudão, e o seu adjunto e opositor, o general Mohamed Hamdane Daglo, que comanda as forças paramilitares de apoio rápido.
Estes combates foram despoletados devido ao fracasso das negociações para a integração dos paramilitares nas forças armadas, no âmbito de um processo de transição política no Sudão.