Desde a independência, o Sudão tem sido palco de conflitos civis. Os confrontos entre o Norte e o Sul, cujas divisões étnicas e religiosas parecem irreconciliáveis, têm sido uma constante e, desde 2023, o país mergulhou numa situação humanitária catastrófica.
A guerra já colocou cerca de 30 milhões de sudaneses – o que representa duas em cada três pessoas – a necessitarem de ajuda humanitária
As Nações Unidas alertaram que a violência sexual contra crianças está a ser utilizada como uma estratégia na guerra que está a devastar o Sudão.
A cada semana que passa piora a situação humanitária no Sudão com constantes violações dos direitos humanos, que podem configurar crimes de guerra.
Vários governos africanos estão a demonstrar desrespeito flagrante pelos direitos humanos, acusou a Human Rights Watch.
O Banco Mundial, a Organização Mundial de Saúde e a Unicef assinaram um acordo de cooperação de 80 milhões de euros para melhorar o sistema de saúde.
De acordo com o diretor-geral do Ministério da Saúde do Estado do Darfur Norte, Ibrahim Jatir, em declarações aos Sudan Tribune, os feridos apresentavam sinais compatíveis com a utilização de armas químicas.
A cada duas horas morre uma criança no campo de Zamzam.
Os confrontos levaram a uma guerra civil que causou um número recorde de pessoas deslocadas: nove milhões internamente e 1,7 milhões de exilados, o maior número do mundo neste momento.
Crise provoca ondas de choque na região e milhares de famílias são forçadas a atravessar as fronteiras do Sudão com o Sudão do Sul e o Chade todas as semanas
Esta organização alertou que pelo menos 87 pessoas de etnia Masalit, incluindo sete mulheres e sete crianças, foram enterradas em duas valas comuns, depois de terem sido mortas em junho pelas RSF e pelas milícias que apoiam este grupo paramilitar.
O motivo da explosão não foi imediatamente conhecida, contudo testemunhas referiram que o exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan estava a realizar “ataques aéreos contra as Forças de Apoio Rápido, os paramilitares comandados pelo general Mohamed Hamdan Daglo, nos subúrbios a noroeste de Cartum.
Este alerta foi feito pela organização internacional Médicos Sem Fronteiras, numa altura em que entre 800 a 1.000 pessoas chegam a Renk, o principal centro de trânsito, já sobrelotado e que acolhe atualmente mais de 12 mil pessoas.
Desde o início do conflito no Sudão, serviços essenciais foram interrompidos, inclusive para emergências, crianças, desnutrição e doenças não transmissíveis, enquanto a OMS registou 46 ataques contra serviços de saúde desde o início dos combates entre o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O cessar-fogo tinha como objetivo permitir a passagem de ajuda humanitária por este país da África Oriental.
“Esta crise vai exigir um apoio financeiro sustentado e espero que todos possamos manter o Sudão no topo da nossa agenda”, disse o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths
“Sem um forte apoio internacional, o Sudão pode tornar-se rapidamente num lugar de anarquia, causando insegurança em toda a região”, avisou o secretário-geral português,
Só este fim de semana, cerca de 15.000 pessoas entraram em território do Chade devido à violência contínua na região do Darfur, um dos principais focos de tensão no Sudão.
Uma fonte não identificada do Governo do Sudão afirmou que o Exército de Cartum tomou a decisão de suspender as negociações uma vez que “os rebeldes nunca aplicaram os pontos do acordo sobre tréguas temporárias, que preveem a retirada dos hospitais e das casas”.