Esta organização alertou que pelo menos 87 pessoas de etnia Masalit, incluindo sete mulheres e sete crianças, foram enterradas em duas valas comuns, depois de terem sido mortas em junho pelas RSF e pelas milícias que apoiam este grupo paramilitar.
O motivo da explosão não foi imediatamente conhecida, contudo testemunhas referiram que o exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan estava a realizar “ataques aéreos contra as Forças de Apoio Rápido, os paramilitares comandados pelo general Mohamed Hamdan Daglo, nos subúrbios a noroeste de Cartum.
Este alerta foi feito pela organização internacional Médicos Sem Fronteiras, numa altura em que entre 800 a 1.000 pessoas chegam a Renk, o principal centro de trânsito, já sobrelotado e que acolhe atualmente mais de 12 mil pessoas.
Desde o início do conflito no Sudão, serviços essenciais foram interrompidos, inclusive para emergências, crianças, desnutrição e doenças não transmissíveis, enquanto a OMS registou 46 ataques contra serviços de saúde desde o início dos combates entre o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O cessar-fogo tinha como objetivo permitir a passagem de ajuda humanitária por este país da África Oriental.
“Esta crise vai exigir um apoio financeiro sustentado e espero que todos possamos manter o Sudão no topo da nossa agenda”, disse o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths
“Sem um forte apoio internacional, o Sudão pode tornar-se rapidamente num lugar de anarquia, causando insegurança em toda a região”, avisou o secretário-geral português,
Só este fim de semana, cerca de 15.000 pessoas entraram em território do Chade devido à violência contínua na região do Darfur, um dos principais focos de tensão no Sudão.
Uma fonte não identificada do Governo do Sudão afirmou que o Exército de Cartum tomou a decisão de suspender as negociações uma vez que “os rebeldes nunca aplicaram os pontos do acordo sobre tréguas temporárias, que preveem a retirada dos hospitais e das casas”.
Na denúncia, as Forças de Apoio Rápido acusam o exército de ter atacado “com artilharia pesada e veículos blindados” uma guarnição paramilitar em Sak al Omleh, em Cartum, e alegam “violações contínuas” apesar da trégua humanitária, que tinha sido prolongada na segunda-feira por um período de cinco dias.