A câmara baixa do Parlamento russo aprovou, esta quinta-feira, a realização de eleições durante a aplicação da lei marcial.
Esta legislação poderá ser aplicada em território nacional ou em zonas em "estado de guerra", como nas regiões ucranianas invadidas e anexadas e permite a Comissão Eleitoral Central pode convocar eleições ou referendos após a autorização do Ministério da Defesa e do Serviço Federal de Segurança.
Em outubro do ano passado, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou a lei marcial nas quatro regiões ucranianas anexadas por Moscovo no passado mês de setembro: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
O argumento do líder do Kremlin foi o de fazer frente à Ucrânia devido à sua recusa do "reconhecimento da vontade das populações" dessas regiões. Segundo o governo russo, estas expressaram o desejo de se unirem a Federação Russa em referendos que não foram aceites internacionalmente.
No final de abril, Moscovo anunciou que, apesar das "tentativas de ingerência do Ocidente", a Rússia vai realizar eleições presidenciais em 2024, em que provavelmente Putin vai recandidatar-se.
"Ninguém duvide (…) que no quadro da operação militar especial (nome utilizado pelo regime para se referir à invasão da Ucrânia) a atual situação internacional, as pressões e as tentativas de ingerência vão multiplicar-se. As eleições vão realizar-se", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa.