Aproximadamente 10 dias depois de a Universidade de Coimbra ter despedido o diretor do Centro de Estudos Russos da Faculdade de Letras, Vladimir Pliassov, após denúncia de dois ativistas ucranianos para o facto de estar a ser difundida propaganda pró-Putin e a favor da invasão russa da Ucrânia, a instituição está a viver um apagão informático.
Recorde-se que Olga Filipova e Viacheslav Medviedev, ambos antigos alunos da instituição, acusaram, em artigos de opinião publicados no Jornal de Proença e no Observador, que a Universidade de Coimbra de ser "um espaço para transmitir a propaganda imperial russa e a cultura que criou a Rússia moderna”.
O caso ganhou igualmente mediatismo após José Milhazes ter abordado o tema na SIC. "Promovem autores que defendem a subjugação da Ucrânia e apoiam a guerra", acusou o comentador.
O reitor da universidade afirmou, em declarações à Rádio Renascença, que a gravidade do caso o obrigou ao despedimento de Vladimir Pliassov, cuja existência de contrato não foi feita com o seu conhecimento, fez questão de sublinhar Amílcar Falcão. “Assim que tomei conta do que se estava a passar dei indicações para a rescisão do contrato e, portanto, o contrato nesta hora deve já estar rescindido”, afirmou.
Entretanto, foi criada a petição 'Reintegração do Professor Vladimir Pliassov como responsável pelo Centro de Estudos Russos, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra', que conta já com quase 2500 assinaturas. "Exmo Senhor Reitor da Universidade de Coimbra, Nós, cidadãos portugueses conscientes de valores éticos incontornáveis, vimos, por este meio, solicitar-lhe a reintegração do Professor Vladimir Pliassov como responsável pelo Centro de Estudos Russos, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra", lê-se no texto endereçado a Amílcar Falcão.
"O Professor Vladimir Pliassov, durante 35 anos, prestou um inestimável serviço à Universidade de Coimbra no ensino da literatura, da cultura e da história russas, num espaço que se tornou, em 2012, o primeiro Centro de Estudos Russos (CER) da Península Ibérica, que prestigiou em muito a universidade que V. Exa dirige", é acrescentado, sendo também adiantado: "Caso isso não se verifique, fica comprovado que a universidade que dirige se rege por preconceitos e estereótipos, que são sempre redutores e próprios do senso comum e não de um ambiente académico, científico".
O Nascer do SOL apurou que a explicação avançada pelos informáticos que estão a resolver o problema está associada a questões de hardware.