por João Sena
Afinal, Cristiano Ronaldo não está sozinho na liga saudita. O internacional português foi a primeira grande contratação, paga a peso de ouro (que neste país é mais petróleo), e teve um mediatismo estratosférico. Tudo isso começou a mexer na cabeça de outros craques, como Karim Benzema que, ao fim de 14 épocas e 354 golos marcados, trocou os merengues pela equipa treinada por Nuno Espírito Santo, que se sagrou campeã este ano. «Estou animado para experimentar uma nova liga num país diferente. O Al Ittihad tem uma história incrível, adeptos fantásticos e grandes ambições no futebol e tornar-se uma força na Ásia», foram as primeiras palavras de Benzema, que não esqueceu o seu companheiro de outras ‘guerras’: «È um bom campeonato e tem bons jogadores. O Cristiano é um amigo que mostra que o campeonato está a subir de nível».
O vencedor da Bola de Ouro 2022 assinou um contrato de dois anos no valor de 200 milhões de euros por época, com mais um ano de opção, e vai receber ainda um prémio de 20 milhões de euros para ser embaixador da candidatura saudita ao Campeonato do Mundo de 2030, o que pode ter facilitado a vida a Ronaldo, pois foi comentada a possibilidade de CR7 desempenhar esse cargo, o que deixaria CR7 com as ‘orelhas a arder’, uma vez que Portugal é também candidato.
Enquanto fracassaram as ações de charme à volta de Lionel Messi, que preferiu rumar aos Estados Unidos, outros colocam-se na linha da frente para viajar até ao mundo árabe. N´Golo Kanté é dado como certo no Al-Ittihad por 100 milhões de euros por temporada e Di Maria, Luka Modric, Firmino, Sérgio Ramos, Jordi Alba e Sérgio Busquets são algumas das estrelas que poderão fechar a sua carreira com uma bonita conta bancária, já que os sauditas são fortes a negociar com o dinheiro na mão. A primeira grande medida foi colocar as quatro principais equipas sauditas (Al Ittihad, Al Nassr, Al Hilal e Al Ahli) debaixo do Fundo de Investimentos Público, que detém 75% do capital de cada clube, os restantes 25% pertencem a investidores privados – é a primeira vez que isso acontece na Arábia Saudita.
O fundo público considera que «a transferência destes quatro clubes vai trazer novas oportunidades comerciais através de novos investimentos, parcerias e patrocínios». Ainda segundo os sauditas, esta integração vai «aumentar a profissionalização e sustentabilidade financeiras dos clubes e melhorar a competitividade e as infraestruturas dos clubes em causa».
Tudo isto está a ser feito para colocar a liga saudita no top 5 das melhores ligas do mundo, como afirmou muito recentemente Cristiano Ronaldo. O futebol na Arábia Saudita está a ganhar grande dinâmica dentro e fora dos estádios. Os responsáveis sauditas querem organizar a Taça das Nações Asiáticas 2027 (foi o único país a candidatar-se) e o Mundial de futebol de 2030 e os Jogos Olímpicos de 2036 também estão na agenda.