Decorrido um ano exato desde a morte de Paula Rego, a 8 de junho de 2022, o CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian homenageia e celebra a artista através da exposição de duas pinturas adquiridas em fevereiro de 2022.
«As obras Anjo (1998) e O Banho Turco (1960) vão ficar em exposição na sede da Fundação Gulbenkian como forma de homenagear uma das artistas portuguesas com maior reconhecimento internacional, que estabeleceu uma forte relação com a Fundação desde que foi bolseira no início da década de 1960», anunciou a Fundação Gulbenkian esta semana.
Trata-se de duas obras muito diferentes, representativas de períodos distintos no percurso da artista. O_Banho Turco, uma evocação da influente obra homónima de J.-B. Dominique Ingres, data de 1960, e exibe as características colagens daquela fase da pintora, numa composição tumultuosa. No verso da tela surge um nu da própria Paula Rego, feito pelo seu marido, Victor Willing.
Já Anjo (1998) é um expoente da fase realista e clássica da pintora, não obstante o tema controverso. Representa uma mulher com uma espada numa mão e uma esponja na outra – atributos alusivos à prática do aborto – e era uma das favoritas da própria artista.
Numa altura em que o CAM se encontra em obras de renovação, ambas as pinturas podem ser apreciadas no átrio do edifício-sede, junto à escadaria principal.
«Paula Rego exprimiu a sua ‘grande felicidade’ por saber que duas das suas obras mais importantes ‘iriam viver na Gulbenkian’», revela a nota de imprensa da Gulbenkian. E adianta: «Com a aquisição destas duas pinturas, a Fundação tornou-se a instituição privada com o maior e mais significativo conjunto de obras da artista, reunindo 37 peças entre pintura, desenho e gravura».