Detidos ucranianos alvo de tortura sistemática por militares russos

Práticas foram levadas a cabo com “autorização direta, política deliberada ou através da tolerância oficial de autoridades superiores”.

A ONU acusa as forças russas de recorreram à tortura física e psicológica para tentar extrair informações ou coagir confissões de detidos na Ucrânia.

A situação é "sistemática e deliberada", denunciou, esta quinta-feira, em Genebra, a relatora especial da ONU sobre a tortura.

Estas práticas "incluem choques elétricos, espancamentos, encapuzamentos, execuções simuladas e outras ameaças de morte", explicou Alice Jill Edwards, adiantando que formas de tortura estão também a ser usadas contra indivíduos que terão sido membros ou apoiantes das forças armadas ucranianas.

"Se confirmadas, constituirão violações individuais e poderão também apontar para um padrão de tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes sancionados pelo Estado", lê-se num comunicado das Nações Unidas.

Para a especialista, a coordenação, planeamento e organização das práticas de tortura sugerem que estas foram levadas a cabo com "autorização direta, política deliberada ou através da tolerância oficial de autoridades superiores".