Deputados do Partido Conservador negaram que a demissão do ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, tenha provocado uma fratura interna.
"O barulho dos últimos meses e anos tem sido sobretudo sobre as grandes personalidades e o impacto de Boris. A demissão dele foi como um terramoto, com ondas de choque e ontem [segunda-feira] tivemos outro abalo", confessou o antigo ministro da Justiça, Robert Buckland, que espera um regresso aos valores tradicionais dos 'tories' e afastamento do populismo.
Liam Fox, antigo ministro do Comércio, partilha o mesmo ponto de vista, afirmando que Sunak "está a regressar a um conservadorismo mais fiscal, ligeiramente mais conservador do ponto de vista social".
"O Partido está a afastar-se desta fase populista, que é essencialmente um conjunto de iniciativas, por vezes não relacionadas, por vezes contraditórias, sem uma narrativa coerente", argumentou, recordando também que é a "constante evolução" e a abrangência de valores que fez do partido um dos mais bem sucedidos em termos de vitórias eleitorais.
Os deputados ingleses aprovaram na noite de segunda-feira um relatório que concluiu que Boris Johnson mentiu ao parlamento sobre o desconhecimento da realização de festas na residência oficial durante a pandemia covid-19.
O antigo primeiro-ministro britânico demitiu-se do cargo de deputado antes da publicação do relatório, mas se continuasse em funções seria suspenso durante 90 dias, arriscando a perder o lugar.