‘Na América, como em Portugal e em tantos outros lugares, a democracia está sempre a tentar encontrar o seu caminho’

Comemora-se este o ano o 60º aniversário do projeto Art in Embassies, com um programa de três dias que incluiu ciclos de debates e exposições, juntando artistas e vozes americanas e portuguesas. O programa arrancou no dia 5 de junho, na Universidade Católica, e contou com a presença da Primeira-dama dos Estados Unidos. Jill Biden…

Por Teresa Nogueira Pinto 

Foi uma semana cheia para a Embaixadora dos Estados Unidos em Portugal, que nos recebeu na Casa Carlucci para uma conversa sobre arte, democracia e representação, a partir da Coleção Celebrating Diversity. Randi Charno Levine vem do mundo das artes e da filantropia, e talvez por isso a sua forma de fazer diplomacia se centre no terreno e nas pessoas, desafiando os cânones tradicionais. Tendo experienciado o sonho americano, a Embaixadora dos Estados Unidos lembra que a democracia é um trabalho sempre em construção.

O projeto Arte nas Embaixadas conta já com mais de 20.000 participantes em todo o mundo, ligados numa rede densa que conecta artistas, museus, galerias, universidades e colecionadores privados. Se formos às origens, o projeto foi assinado pelo Presidente Kennedy, em 1963, num período marcado pelas tensões da Guerra Fria. Como é que estas formas de “diplomacia em ação” contribuem para uma aproximação cultural? O Presidente Kennedy foi um visionário. Para mim, como diplomata e como alguém que vem do mundo das artes, este projeto tem sido uma experiência muito interessante porque sinto que tenho ferramentas extra na minha caixa. As embaixadas são lugares feitos para receber as pessoas em nome do Governo americano, espaços representacionais que oferecem uma primeira imagem da América às pessoas que nos visitam. E eu tenho a oportunidade de pensar como é que quero apresentar este espaço ao público. Por isso a pergunta que se colocava era: como é que eu quero representar a América? E isso é a minha responsabilidade como diplomata. Aquilo que eu amo na América é a diversidade, e essa ideia da democracia como representação. E a democracia é mais forte quando todos têm uma voz, e todas essas vozes são escutadas. Por isso, a partir daí, trabalhei para montar uma coleção, com a equipa do projeto Arte nas Embaixadas e com a minha amiga e curadora Ana Sokoloff, que mostra o tecido e a fibra da América. O resultado é uma espécie de grande tapeçaria, que inclui arte afro-americana, judaico-americana, irano-americana, méxico-americana, asiático-americana, palestino-americana, LGBTQ. Todas estas vozes estão representadas na coleção, o que é uma oportunidade incrível. E algumas das questões que esta arte assinala, quer seja o anti-semitismo, o racismo ou a desigualdade de género, tocam de forma particular muitas pessoas. E todos podem vir e apreciar, porque é uma coleção que inclui artistas americanos e portugueses fantásticos. Temos o Vasco Araújo, a Helena Almeida, a Joana Vasconcelos, o Julião Sarmento, a Isabel Andrade Madureira…. Para mim, era muito importante que um dos curadores fosse do Arquipélago dos Açores, porque muitos dos americanos de origem portuguesa têm ascendência nos Açores. E a Isabel Madureira é uma artista açoriana. Todos os painéis juntarão artistas portugueses e americanos.

Um sinal da importância deste projeto foi a presença da Primeira-dama, Jill Biden, que inaugurou a exposição “Democracy Collection: Advocacy Through Art” na Galeria Fundação Amélia de Mello, da Universidade Católica Portuguesa… Sim, a presença da Primeira-dama foi um reconhecimento inequívoco da importância das relações bilaterais, e também do valor da diplomacia cultural e do papel da arte na promoção do debate sobre a democracia. Na verdade, não há ninguém melhor do que a Primeira-dama para ilustrar a importância da diplomacia e das relações entre pessoas. É uma das pessoas mais empáticas, mais capaz de estabelecer relações, que conheço. E questões como as artes, a luta contra o cancro ou o apoio às famílias dos militares são muito importantes. E, sendo Primeira-dama dos Estados Unidos, continua a trabalhar como professora. Já testemunhei ela ter de se desculpar e retirar-se mais cedo, para poder avaliar os trabalhos dos seus alunos. Num mundo em que todos concordamos que as ações falam mais alto que as palavras, a sua presença no lançamento desta iniciativa diz muitíssimo. 

A diplomacia cultural parece ter um duplo propósito. Orienta-se para o entendimento mútuo, mas também visa apresentar, como referia, uma nação… Certo. Portugal é uma democracia com 49 anos, a América é uma democracia um bocadinho mais velha. Mas tanto nos Estados Unidos como em Portugal, todas estas questões são ainda um projeto em construção. Por isso isto também é a América a dizer: façamos melhor. É a ideia de que, juntos, podemos todos fazer melhor. Isso é o grande objetivo desta iniciativa. 

Uma das obras que temos aqui, ‘A Place to Call Home (Africa America)’, do artista americano Hank Willis Thomas, ilustra bem o que tentamos fazer. A obra mostra a América do Norte a tocar o continente africano. O que, na realidade, não acontece (risos). E ao lado temos duas obras do artista angolano Délio Jasse, da série ‘A Última Barreira’. O seu trabalho é sobre como era ser negro em Angola em 1975, no período da descolonização portuguesa. Estas obras juntas têm uma sinergia, mostram que há questões e desafios partilhados, e que estamos todos a trabalhar nestas coisas ao mesmo tempo. 

Interessante a citação de Amílcar Cabral escolhida pelo Délio Jasse: «Nós não lutamos contra Portugal, nós não o confundimos com o colonialismo português…o que queremos é conquistar a nossa independência nacional e desenvolver relações com todo o Mundo, mas, estamos dispostos a conceder prioridade ao Povo Português, porque falamos a língua portuguesa, porque há entre nós laços históricos». Sim. E nesta sala estiveram ministros de Portugal; esteve o Secretário da Smithsonian, que falou sobre o Slave Wrecks Project, e sobre como Portugal e a América tiveram um papel nessa parte da História, e esteve um grupo de jovens mulheres que acaba de conseguir financiamento da Câmara de Lisboa para construir um monumento às vítimas da escravatura. Estiveram aqui todos juntos, a ter esta conversa. E isso é o tipo de coisa que não acontece muitas vezes, a menos que encontremos maneiras de fazer acontecer. Foram convidados para jantar aqui, ver a coleção, partilhar impressões. Foi muito natural e não ameaçador. Estas iniciativas dão às pessoas uma oportunidade para terem um lugar de fala, um espaço seguro. 

Parece que estamos a repensar o papel da arte nos espaços públicos, e o seu significado simbólico… Tivemos um painel precisamente sobre a arte no espaço público. E em Portugal temos o Vhils, e todos estes artistas fabulosos, e uma cultura de arte de rua. Foi algo que me impressionou, os graffitis por toda a cidade, integrados na paisagem artística de Lisboa.

Mas o espaço público é também espaço de conflito, onde diferentes narrativas competem por reconhecimento. Também é interessante a ideia das Embaixadas como janelas, através das quais podemos ver a arte americana. Mas este projeto, e o trabalho que tem vindo a desenvolver, parece não apenas abrir as portas da Embaixada, mas ir mais além… Esforçamo-nos muito para que tudo o que fazemos aqui seja orientado para o público. Costumo dizer que o melhor e o pior destas obras de arte é estarem aqui (risos). Temos recebido visitas de grupos muito diferentes: escolas, coletivos artísticos, pessoas dos mais diversos quadrantes. E vamos continuar a fazer isso. E na Universidade Católica temos a Democracy Collection, que foi pensada pela minha amiga e colega Megan Beyer. E é uma exposição que junta obras que fazem a mesma coisa: promovem conversas sobre a democracia a partir de várias perspetivas. 

Quando montámos este programa, a preocupação foi que tudo fosse orientado para o público. E as mesas-redondas na Universidade Católica, na Gulbenkian, na Fundação EDP, são sempre uma discussão conjunta entre artistas americanos e portugueses. A ideia aqui não é dizer ‘Sou americana, olhem para mim’. É criar espaços para debates entre americanos e portugueses, para que falem dos desafios comuns.

Há duas ideias importantes no espírito deste projeto: representação e democracia. Foi Comissária da Smithsonian National Portrait Gallery, onde ajudou a organizar e expandir a coleção permanente do museu, e presidiu à Gala Portrait of a Nation em 2019. Deve ser desafiante retratar uma nação na sua diversidade, nas suas aspirações… Essa é exatamente a missão desse museu, e fazem um trabalho fantástico. E o prémio Portrait of a Nation não reconhece apenas os contributos de alguns artistas americanos extraordinários, mas também dá à National Portrait Gallery a oportunidade de encomendar obras a artistas sobre pessoas que estão a fazer a diferença agora, como a Anna Wintour ou o Jeff Bezos. O Robert McCurdy, por exemplo, retratou o Jeff Bezos. Outra coisa importante é que a National Portrait Gallery é responsável por uma das encomendas para os retratos presidenciais oficiais da Casa Branca, cada vez que um Presidente cessa funções. E, nesta coleção, creio que somos a única residência que tem obras do Kehinde Wiley e da Amy Sherald, os artistas que pintaram os retratos do Presidente Obama e da Primeira-dama Michelle Obama. Retratos que foram muito bem recebidos pelo público. O que é entusiasmante aqui é que as ideias da diversidade e representação estiveram sempre presentes na mente do Presidente e da Primeira-dama: e os artistas que eles escolheram eram artistas não tradicionais. A Amy Sherald, por exemplo, foi a primeira mulher afro-americana a vencer a Outwin Boochever Portrait Competition da National Gallery, em 2016. Foi também por isso que o seu nome integrou a lista com uma pré-seleção de artistas que foi apresentada à Michelle Obama. Esta história mostra como um museu podem impactar não apenas a opinião pública e a forma como o público vê as artes e as figuras públicas, mas também as carreiras das pessoas. É uma história maravilhosa.

Estas obras que estão expostas aqui sugerem que a arte, como a História, também nos conta uma história que une passado, presente e futuro. Qual é a história que estes artistas americanos nos contam? Acho que os artistas americanos estão absolutamente focados nos desafios das suas comunidades. Nos desafios e nas vitórias. A arte durante o período da pandemia é um bom exemplo de como as pessoas personalizam experiências e depois as apresentam. Alguns artistas foram prolíficos. Temos artistas como Catherine Opie, que viajaram pela América tirando fotografias de monumentos e parques nacionais. Acho que os artistas respondem ao contexto social de muitas formas. E, como se vê nas obras que temos aqui, a arte é uma representação da sua resposta, que é sempre muito pessoal, a um contexto social. 

E agora sobre democracia. Durante a II Guerra, o Nelson Rockefeller organizou uma série de exposições que enviou para a América Latina, com o objetivo de fazer frente à influência Nazi… Sempre que temos um diálogo intercultural, isso fortalece a democracia. E o debate sobre a democracia hoje é mais importante que nunca, porque vivemos num mundo onde a democracia, a soberania e a integridade territorial estão a ser desafiadas. 

A Democracy Collection insere-se numa iniciativa ambiciosa da Administração Biden, a Cimeira para a Democracia. Mas um dos grandes desafios atuais parece ser o de que o conceito de democracia representa coisas diferentes, para pessoas diferentes. A arte pode ajudar a criar chão comum, sem ignorar as diferenças? Absolutamente. E é isso que fazemos aqui. Dar às pessoas a oportunidade de encontrar pontos comuns através daquilo com que se sentem identificadas, em vez de lhes serem impostos esses pontos comuns. Esse é um dos instrumentos mais poderosos da arte: podermos ver a mesma obra de maneira diferente, partilhando uma experiência comum. E a democracia americana também é uma obra em construção. Nós sabemos isso, e muitas vezes temos de responder a questões sociais, de legislação, aos problemas que as pessoas trazem para cima da mesa. Na América, como em Portugal e em tantos outros lugares, a democracia está sempre a tentar encontrar o seu caminho.

Mas há uma ideia muito forte, desde a fundação da América, que é a da cidade brilhante no topo da colina. A revolução democrática e o sonho americano tornaram-se referência em todo o mundo… Eu vivi isso. O meu marido e eu crescemos juntos, e tivemos a oportunidade de experienciar o sonho americano. O Jeff cresceu em Brooklyn, o pai dele guiava um táxi. Eu também cresci em Brooklyn, onde o meu pai tinha um pequeno negócio. Quando casámos, o Jeff estava a lançar o seu negócio na construção. Ia numa carrinha, eu acompanhava-o, e punha uma tabuleta no chão ali no sítio onde ele ia trabalhar. Somos os dois muito gratos à América pelas oportunidades que tivemos e, por isso, sentimos esta obrigação de retribuir a este país que nos deu tanto. Tenho tido a oportunidade de o fazer através do meu trabalho, primeiro na filantropia e agora dando o meu melhor para representar os Estados Unidos. 

O Embaixador Frank Carlucci, que dá o nome a este edifício, teve um papel importante na transição democrática em Portugal: acreditou sempre que era possível, mesmo quando quase ninguém acreditava. Muitas coisas mudaram desde os anos 70, em Portugal, nos Estados Unidos e no mundo. Assistimos à virtualização e aceleração da política e da diplomacia, com as redes sociais. Isso trouxe novos atores e oportunidades, mas também novos desafios. É tudo muito rápido…. Depende do que se escolher. Posso dar-lhe o exemplo de como, na Embaixada, utilizamos as redes sociais. E posso também falar-lhe da minha experiência pessoal. A parte mais importante das minhas redes sociais pessoais, e convido todos a seguirem-me no Instagram (@usambportugal), é comunicar com o público português. A parte mais importante do meu trabalho é comunicar a minha autenticidade como ser humano; comunicar que valorizo as coisas que acontecem aqui em Portugal, as instituições culturais, o setor privado, e que valorizo Portugal como um todo, nas cidades grandes e nos lugares mais pequenos. Tento usar as redes sociais para comunicar isso, e para dar a conhecer o que é a proposta dos Estados Unidos. E também para explicar e desmistificar o trabalho de uma Embaixadora. Tentamos desafiar a perceção de que a diplomacia são duas pessoas a apertar as mãos numa sala. Não quer dizer que não haja muitos momentos formais, em que tenho a honra de conhecer personalidades portuguesas ou apresentar políticos, generais ou almirantes americanos. Mas quanto melhor se perceber que somos pessoas reais, tentando estabelecer pontes e ligações, melhor conseguiremos chegar à nossa audiência. Claro que há diferentes plataformas. O Twitter é um animal diferente; o Instagram da Embaixada também é usado de maneira um bocadinho diferente, o Facebook é uma plataforma importante para chegar ao público português. Mas, para termos sucesso, devemos dar um passo atrás e considerar isto como um todo. E a proposta americana não pode chegar às pessoas a menos que elas compreendam quem somos e de onde vimos. 

É o que tenho tentado fazer nas minhas redes sociais pessoais. Tive a honra de estar com o Garrett McNamara na Nazaré, no sítio onde rebentou aquela onda de 30 metros. Fui no jet-ski com ele. E foi importante ter a oportunidade de partilhar isso com o público português, porque o setor do turismo é fundamental para Portugal, e a Nazaré tornou-se um ponto de ligação entre os Estados Unidos e Portugal, dois países atlânticos. Acho que quando mostramos que somos autênticos e partilhamos as nossas experiências, as formais e as informais, criamos um caminho para as pessoas ouvirem e considerarem a nossa mensagem. 

Sim, cria-se uma proximidade… Exatamente. E tendo vindo do setor privado, isso é uma coisa natural para mim.

Nos anos 70, esta conversa entre duas mulheres seria improvável. Embora muito tenha sido feito desde então, as mulheres ainda estão sub-representadas na diplomacia, sobretudo nos postos de maior relevância geopolítica. As mulheres podem trazer novas competências? Primeiro, gostava de cumprimentar a Administração Biden pelo seu esforço para que as mulheres avancem para posições-chave.

(Toca o telefone, é a neta da Embaixadora que liga desde Nova Iorque). 

Sabe, durante a pandemia escrevi um livro infantil para a minha neta. Uma história que lhe contava todas as noites, antes de dormir. Trouxe algumas cópias do livro comigo e tenho viajado por Portugal para ler este livro a crianças nas escolas, que em alguns sítios está a ser utilizado como uma ferramenta para a aprendizagem do inglês. Isto tem-me permitido chegar a uma audiência totalmente diferente, as crianças e as suas famílias. 

É uma história sobre o quê? É, de uma forma interessante, sobre sustentabilidade. É a história de uma pequena princesa curiosa que vive num castelo, e um dia olha pela janela e pensa em como gostaria de descobrir o seu reino. Os pais dão-lhe permissão e ela entra na carruagem com o seu cão (que é o meu cão, todas as personagens no livro são familiares para a minha neta, porque escrevi o livro para ela). E depois ela visita a quinta, a leitaria, a padaria, e percebe a forma como todas as coisas que ela aprecia no castelo são cultivadas e produzidas. É importante que as crianças cresçam compreendendo de onde vêm os alimentos, e esta história é uma viagem de descoberta, feita por uma criança através da sua comunidade. Dar a conhecer este livro tem sido uma experiência incrível para mim. Poder conhecer centenas de crianças, que me colocam algumas questões fabulosas e desafiantes. E, quando falamos de diplomacia, este é outro sítio onde me sinto confortável. 

Isto é um exemplo de como aprendi a usar competências tradicionais de uma forma não tradicional. E é também sobre a importância das relações entre pessoas. No período pós-Covid, comprometi-me a estabelecer e reforçar estas relações, seja com crianças ou com, por exemplo, as empresas portuguesas. Passei muito tempo a visitar laboratórios de biotecnologia, empresas de têxtil, de semicondutores, fábricas de cortiça. Criar relações económicas fortes entre empresas portuguesas e americanas é muito importante. E trabalhei com a Câmara de Comércio Americana para assegurar que temos um representante na região norte.

Como é que avalia o potencial do sector privado português? O potencial é enorme. Estou a trabalhar com o AICEP para que, dos dois lados do Atlântico, todos tenham consciência destas oportunidades. Há muitas coisas que já estão a acontecer e que podem ser ampliadas, como por exemplo na área da biotecnologia ou do têxtil; e há setores emergentes que estão a ganhar força e que são estratégicos para Portugal, como o sector das energias renováveis ou o lítio. Isto é a próxima geração de infraestruturas energéticas, fundamental para assegurar as nossas cadeias de abastecimento. É muito importante partilharmos isto com empreendedores e parceiros de confiança. Tenho estado muito ocupada a conectar-me com estas comunidades, o que me dá a oportunidade de representar os Estados Unidos, e a alegria do contacto direto com as pessoas. 

Está cá há cerca de um ano e, pelo que vejo, já teve a oportunidade de conhecer bem o país. Numa perspetiva de cidades, Lisboa e Nova Iorque são duas portas de entrada para o Atlântico. Como é que uma nova-iorquina se sente em Lisboa? Estou a viver uma vida atípica para uma nova-iorquina (risos). Mas vemos, pelos indicadores do turismo, como os americanos se sentem conectados a Lisboa e identificam oportunidades aqui, seja no setor tecnológico ou na energia. E temos a chegada do visto para nómadas digitais… Numa nota mais pessoal, gostava de dizer que fui muito bem recebida. Tenho-me aproximado da comunidade. E a coisa mais elogiosa que me podem dizer é ‘pode ser a Embaixadora americana, mas consideramo-la uma de nós’. É uma grande honra ouvir isso.