A rede de mão de obra ilegal, liderada por um casal de Barcelos, que foi desmantelada na segunda-feira pelo SEF, é suspeita de fornecer cartões de cidadão falsos aos imigrantes contratados para trabalhar na construção civil em França e Espanha, avança o Jornal de Notícias.
Segundo a mesma fonte, o casal, residente em Fornelos, Barcelos, pessoas do Brasil, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e da América do Sul.
Os trabalhadores seriam recrutados por angariadores de mão de obra e chegavam a Portugal com visto de turismo, apesar de terem como destino o trabalho nas obras em França ou Espanha.
E, para contornar as leis do trabalho, a rede fornecia documentos falsos aos imigrantes, que os mostravam às autoridades espanholas ou francesas em caso de fiscalização. Há ainda conhecimento do fornecimento de cartões de identidade profissional falsificados.
Esta forma de operar da rede permitia que as pessoas envolvidas no esquema pudessem trabalhar através de uma empresa de trabalho temporário controlada pela rede em locais como obras públicas francesas, quer de câmaras municipais, quer do Estado.
Dada a situação em que se encontravam, os trabalhadores aceitariam receber salários reduzidos, o que multiplicava os lucros da rede.
Na casa do casal, em Barcelos, o SEF e a PJ encontraram perto de meio milhão de euros em notas. Foram apreendidos três veículos da marca Porsche e dois Mercedes de gama alta.
Os cinco detidos são ouvidos, esta terça-feira, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto para aplicação de medidas de coação.