Baixem o IRS e Aumentem Salários, Bolas!

Num momento em que somos confrontados com medidas muito discutíveis impostas pelo BCE para combater a inflação, compete ao governo tomar medidas urgentes que impliquem diretamente no rendimento líquido das pessoas.

por Fernando Camelo de Almeida

Os Portugueses estão a perder poder de compra todos os dias, se por um lado as suas poupanças não são justamente remuneradas pela banca, por outro lado os custos com os seus créditos têm aumentado significativamente. Se juntarmos a esta circunstância o aumento do custo de vida, nomeadamente dos produtos alimentares, concluímos com muita facilidade que os Portugueses vivem cada vez com menos dinheiro e até as suas poupanças têm vindo a desvalorizar.

Num momento em que somos confrontados com medidas muito discutíveis impostas pelo BCE para combater a inflação, compete ao governo tomar medidas urgentes que impliquem diretamente no rendimento líquido das pessoas.

Nesse contexto, urge baixar a carga fiscal sobre as famílias, nomeadamente a taxa de IRS que permite de imediato uma melhoria nos salários líquidos. As empresas devem também aumentar salários, mas isso não se consegue apenas com tentativas simpáticas de sensibilização, é necessário criar uma diferenciação entre as empresas que procedam a um aumento de salários extraordinário e as que não o façam.

Essa diferenciação não tem que ser feita apenas com incentivos fiscais para as organizações que aumentem e posicionem melhor os salários, pode também ser feita com uma penalização fiscal sobre as empresas que apresentem lucros elevados e optem por não aumentar os vencimentos de forma extraordinária.

Só com o esforço do Estado e das empresas é possível travar o estrangulamento financeiro de inúmeras famílias. Este é o momento de se passar das palavras à ação, pois os Portugueses não aguentam por muito mais tempo os sacríficos que lhes têm sido impostos pelas diversas razões que todos sabemos.

É revoltante continuarmos a assistir à passividade reinante no nosso País, parece só contarem os subsídio-dependentes, os Portugueses que trabalham continuam a depender apenas e só do seu esforço mal recompensado, a ser sugados pelo Estado, a pagar juros elevados por empréstimos bancários e a receber uma miséria de juros pelos seus depósitos a prazo.

Estamos a chegar a um ponto em que a classe média se extingue, aumentando assim um fosso social indesejável, e mais tarde ou mais cedo, começa-se a ponderar se o esforço do nosso trabalho valerá a pena.

Deixem-se de conversa, Baixem o IRS e Aumentem os salários, Bolas!