Estou em Itália! Acompanho uma equipa que está responsável pela evangelização e estamos a ouvir experiências de evangelização em todo o mundo…
O que mais me impressiona é a serenidade com que os leigos falam das suas experiências de anúncio do Evangelho… serenamente vão falando dos milagres que vão assistindo em tantas partes do mundo, de homens e mulheres que foram resgatados de experiências desesperantes, de tantos jovens salvos da droga e de outras alienações do mundo…
Impressiona-me a preocupação e o zelo que estas famílias têm pela vida de milhares de vidas em todo o mundo, quando muitas vezes na igreja andamos a discutir o lugar dos homens e das mulheres na vida da igreja, mas esquecermo-nos de questionar o lugar de Cristo e da sua vontade na vida dos cristãos..
Na realidade, passamos metade dos nosso tempo – ou talvez mais – a tratar de coisas complemente desnecessárias para a igreja… quem manda aqui ou ali… quem nomeia bispos ou padres… quem faz isto ou aquilo…
No fundo, a pergunta que está por trás de todas estas atitudes é a seguinte: quem é que manda aqui? Quem manda?
Qualquer dia teremos na igreja tantas pessoas a mandar que faltarão pessoas para obedecer. Há muitos que querem mandar mas poucos querem obedecer, quando a fé se trata de uma obediência.
Vamos assistir à complexificação tal da igreja que será insuportável. Será algo parecido com a Alemanha: os empregados procurarão garantir os seus postos de trabalho servindo-se do evangelho.
Penso que no futuro haver uma simplificação do cristianismo onde Cristo aparecerá como o Messias libertador do próprio homem. «Ecce homo», disse Pilatos. Eis o homem. Eis Aquele que é o verdadeiro homem…
Vale a pena olhar para Cristo como o protótipo de todos os homens.
Teremos de olhar para Cristo e deixar de pensar que vai mandar em nós, porque Cristo é aquele que nos serve e não Aquele que manda. A Evangelização é, no fundo, tudo o que nos é pedido por Cristo…
Avançar com a obra da evangelização do homem e da sua libertação é algo que nos deve ajudar a recentrar a vocação cristã. Avançar com uma nova forma de abordar o homem e de o libertar das suas prisões é um serviço a humanidade. Por isso penso que a igreja passará por períodos difíceis e necessários para se desprender de todas as coisas e dedicar-se à única coisa que é nova no mundo: a evangelização…