Por Pedro Ochôa
O mundo, em geral, e a França, em particular, curvam-se perante um novo mártir que tombou às mãos da Polícia, glorificando-o como se se tratasse de um herói que deu a vida pela Pátria.
Nahel, de ascendência argelina, tinha apenas 17 anos, mas com um cadastro de fazer inveja a muitos reconhecidos criminosos.
Membro de um bando armado, tinha já no seu currículo vários delitos criminais, nomeadamente assaltos com armas de fogo e incêndios em estabelecimentos comerciais.
No passado dia 27, de manhã cedo, numa rua parisiense, quando se encontrava ao volante de um Mercedes-Benz de elevada potência e sem estar, obviamente, habilitado legalmente para a sua condução, foi perseguido por uma patrulha motorizada da Polícia, por circular em excesso de velocidade numa faixa de rodagem destinada exclusivamente a transportes públicos.
Não obedeceu à ordem legítima de parar, bem pelo contrário, pôs-se em fuga e recorreu a uma condução perigosa, passando sucessivos semáforos encarnados.
Interceptado por um dos polícias quando se viu forçado a parar por causa do trânsito, altura em que dois cúmplices que o acompanhavam sairam do carro e fugiram a pé, desobedeceu à ordem de desligar o motor e procurou atropelar o agente de autoridade, arrancando de novo a grande velocidade.
O polícia, desequilibrado contra uma parede, disparou então um tiro, que veio a revelar-se fatal para o jovem delinquente.
Perante o coro de revolta que de imediato se gerou, a justiça francesa tremeu e foi lesta em ordenar a prisão preventiva do polícia autor do disparo e em acusá-lo de homicídio com dolo, excluindo, assim, a probabilidade da legítima defesa ou da negligência, mesmo antes de qualquer investigação determinar as reais causas que estiveram na origem do tiro mortal.
No entanto, nem este excesso de zelo das autoridades judiciais conseguiu evitar uma onda de terror que se generalizou pelo país durante vários dias, com ataques e destruição de bens privados, como lojas, restaurantes e automóveis, e de edifícios públicos, nomeadamente escolas, creches, câmaras municipais, esquadras de polícia e quartéis de bombeiros.
A França deixou-se ficar a ferro e fogo, ficando refém de grupos terroristas, encabeçados e maioritariamente constituídos por gentes provenientes de outros continentes e que ali foram generosamente acolhidas.
O fantasma do racismo e da xenofobia veio de novo à baila, invocado pelos radicais do costume que povoam as habituais agremiações esquerdistas que instigam as chamadas minorias a revoltarem-se contra o poder vigente, quando, na verdade, a cor da pele da vítima mortal não teve, certamente, nenhuma relevância no trágico acontecimento que lhe pôs termo à vida.
A hipótese do agente policial ter conseguido, atempadamente, descortinar a origem racial de quem insistia em pôr em perigo a vida de inocentes, bem como da sua própria, é, naturalmente, bastante diminuta, até porque a sua única preocupação foi, naturalmente, e em condições de extrema dificuldade, a de zelar pela segurança pública.
Nahel não morreu por ser de origem magrebina, mas sim por estar a praticar um crime quando foi confrontado por quem tem a responsabilidade legal de garantir a segurança de todos.
A justiça, se for isenta e imparcial, tenderá a apurar o grau de culpabilidade do polícia que lhe causou a morte, mas, numa sociedade evoluída e equilibrada, também à sua Mãe, que esteve à frente de muitas das violentas manifestações que geraram um rastro de destruição por todo o lado onde se desenrolaram, exigindo pena pesada para o autor do disparo fatal, deveriam ser imputadas responsabilidades pelos actos criminosos de um filho de menor idade, dos quais acabaram por resultar na sua morte.
Há cerca de um ano, também em Paris, Lola Daviet, que tinha somente 12 anos, foi cruelmente assassinada por um imigrante argelino, depois de ter sido abusada sexualmente, e deixada num prédio embrulhada num tapete.
Lola estava na flor da idade e aspirava a ter uma vida inteira pela frente.
Mas era branca!
Por isso não foi elevada ao estatuto de mártir, nem tão pouco se ouviram, por esse mundo fora, vozes de indignação pelo bárbaro ataque que lhe roubou o direito a viver, nem sequer alguém ousou acusar uma raça específica pela autoria do monstruoso crime.
A própria classe política manteve-se em silêncio, como se estivéssemos perante um acontecimento banal.
Imagine-se o pavor que se teria instalado um pouco por toda a França, se Lola fosse portadora de uma pele mais escura e o sádico assassino um europeu branco.
Esta é a Europa de hoje!
A Europa sem fronteiras e na qual os novos mártires não são os heróis do passado, que sucumbiram para que a civilização em que nascemos se erguesse, mas sim bandidos que se aproveitam da condição de imigrantes para desafiarem a autoridade de quem os recebeu.
Os mártires nascidos no crime!