Até dia 18 de agosto, a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) tem patente a exposição 17 Rostos de Ação, iniciativa desenvolvida em conjunto pelo gabinete do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e a Missão Permanente de Portugal junto das Organizações das Nações Unidas e outros organismos internacionais em Genebra, através do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., que conta com o apoio da BNP.
Inspirada nos valores do multiculturalismo, da integridade humana, igualdade e desenvolvimento sustentável, 17 países identificaram, cada um, 17 mulheres que consideraram representar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No caso de Portugal, entre os rostos escolhidos, contam-se personalidades como Maria de Lurdes Pintasilgo (Erradicar a pobreza), Ana Jorge (Saúde de Qualidade), Natália Correia (Igualdade de Género), Helena Roseta (Cidades e Comunidades Sustentáveis), Francisca Van Dunem (Paz, Justiça e Instituições Eficazes), entre outras. Para além dessas, a exposição homenageia a Manuela Eanes «pelo seu trabalho na defesa do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10 – Reduzir as Desigualdades».
Recorde-se que Manuela Ramalho Eanes licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa. Depois disso, trabalhou no então Ministério da Saúde e Assistência. O seu interesse pelas atividades de caráter social levou-a, posteriormente, a ingressar no Instituto de Obras Sociais, onde trabalhou em diferentes serviços, com projetos ligados às crianças, jovens e terceira idade. Acabou por ser nomeada para a Obra Social do Ministério da Educação, na qual continuou a colaborar mesmo após a eleição em 1976 do marido, António Ramalho Eanes, para Presidente da República Portuguesa. Durante o seu mandato, desenvolveu várias atividades de caráter social e cultural.
Atualmente, Manuela Eanes preside ao Conselho de Curadores de vários organismos.
Manuela Eanes recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 1997. Em 2015, foi condecorada com a Medalha de Honra da Segurança Social e distinguida com o Prémio do Cidadão Europeu, atribuído pelo Parlamento Europeu. A Universidade Lusíada agraciou-a ainda em 2016 com o título de Doutor Honoris Causa em Serviço Social.