Pena máxima para mãe de Jéssica. ‘Ama’, marido e filha também foram condenados a 25 anos

“Jéssica levou pancada até morrer, foi agredida, picada da cabeça à planta dos pés e foram-lhe arrancados cabelos já moribunda”, disse o juiz na leitura do acórdão.

Inês Sanches, mãe de Jéssica – a menina de três anos que foi torturada, drogada agredida até à morte em junho de 2022 -, foi condenada à pena máxima de prisão por homicídio qualificado por omissão.

Pena igual, 25 anos, receberam Ana Cristina Pinto (Tita), o marido Justo Montes e a filha de ambos Esmeralda Montes.

O juiz Pedro Godinho do Tribunal de Setúbal não hesitou em aplicar a pena máxima que a lei portuguesa permite, mostrando-se chocado com o cenário de horror que culminou na morte da criança de três anos.

"Jéssica levou pancada até morrer, foi agredida, picada da cabeça à planta dos pés e foram-lhe arrancados cabelos já moribunda", disse o magistrado na leitura do acórdão.

"Tinham todos o dever de cuidar da menina que lhes foi entregue por qualquer que fosse a razão e conformaram-se com as agressões que esta sofreu e que aconteceu quando estavam lá", acrescentou.

O juiz salientou ainda o facto de nenhum dos arguidos se ter mostrado disposto a contar o que, verdadeiramente, se passou nos cinco dias em que Jéssica foi espancada até morrer.

"A única testemunha que falou verdade e falou muito foi a Jéssica, através da perícia médica legal”, disse o juiz. "Os arguidos falaram, à exceção de Esmeralda, mas mentiram e num jardim de mentiras, jogavam algumas migalhas de verdade que o Tribunal ia apanhando", acrescentou.

Já Eduardo Montes, filho de Ana Cristina Pinto e de Justo Montes, que estava acusado de violação e tráfico de drogas, foi absolvido.