Portugal, o País dos impostos e dos impostores

Qualquer Português que trabalhe e pense pela sua cabeça discorda da política instituída que privilegia apenas quem não quer trabalhar.

por Fernando Camelo de Almeida

A carga fiscal em Portugal é elevadíssima e não se descortina qualquer esperança num alívio fiscal que tenha impacto significativo na vida das pessoas. Temos um Governo com estabilidade para governar, graças à maioria absoluta oferecida pela maioria dos Portugueses, mas sem qualquer estabilidade interna, com demasiadas demissões em tão pouco tempo de legislatura.

O País tem à disposição uma panóplia de fundos europeus, assim os soubessem aproveitar e canalizar para medidas estruturantes, mas continuamos com graves problemas em áreas basilares como a Saúde ou a Educação e as condições de vida das pessoas vão-se deteriorando de dia para dia.

Depois, ainda, há quem se admire com o crescimento de partidos extremistas, qualquer Português que trabalhe e pense pela sua cabeça discorda da política instituída que privilegia apenas quem não quer trabalhar.

Basicamente é assim, se eu não trabalhar recebo o RSI e ainda me pode ser oferecida uma casa pela autarquia com manutenção assegurada e tudo! Qual seguro, qual quê… Mas se eu optar por trabalhar e fazer pela vida, divido o meu salário com o Estado, se quero uma casa tenho que a comprar às minhas custas e pagar uma importância elevada ao Estado sem perceber o porquê, pois não tem qualquer intervenção no negócio e, mais tarde, se a quiser vender por um valor superior ao da compra, tenho que partilhar com o Estado as mais valias.

No fundo, se eu trabalhar e viver à minha custa tenho o Estado como sócio sem entrar com qualquer capital, se eu optar por não fazer nada na vida tenho um Estado paternal.

Como se sente um Português ao ouvir o Governo dizer que o País está melhor, enquanto faz contas de cabeça para fazer face aos seus compromissos e sente na pele o enorme aumento do custo de vida e consequentemente a perda de poder de compra? Só pode sentir-se indignado e revoltado.

Enquanto isso, a classe média vai-se extinguindo, fruto da elevada carga fiscal com que se depara e dos salários desactualizados face ao custo de vida. E esta é que devia ser a maior preocupação do Governo porque caminhamos a passos largos para um País apenas de ricos e pobres, tal e qual outros Países de quem sempre tivemos pena.

Mas que fique claro que o problema não vem de agora, vem de sucessivos (des)governos que nos trouxeram até aqui e nos fizeram deixar de acreditar na classe política e num futuro diferente para Portugal.

Hoje, temos um mau Governo e ainda não temos uma verdadeira alternativa que nos inspire a confiança imprescindível para acreditarmos numa mudança séria de paradigma que nos coloque num rumo completamente diferente.

Não podemos continuar com um Estado ineficaz que “assalta” as pessoas que trabalham e tentam ter um rumo na sua vida, não podemos continuar com um Estado que incentiva a subsidiodependência, não podemos continuar com um Estado permissivo com quem gere mal os dinheiros públicos, não podemos continuar com um Estado benevolente com quem desvia milhões de euros dos contribuintes, não podemos continuar com um Estado que funciona mal e em função do interesse da classe política dominante, definitivamente, o Estado não pode continuar neste estado. 

Não podemos continuar a ser o País dos impostos e dos impostores!