Foi removido, esta quarta-feira, um dos três cartazes que relembram as conclusões do relatório sobre os abusos sexuais de crianças na Igreja Católica. A decisão foi tomada pela Câmara Municipal de Oeiras, que justificou a retirada alegando tratar-se de "publicidade ilegal".
"No Município de Oeiras toda a publicidade ilegal é retirada, neste e em todos os casos", respondeu, ao jornal Público, o gabinete de comunicação da autarquia liderada por Isaltino Morais, acrescentando não ter recebido nenhum pedido de licença
Telma Tavares, designer e autora do cartaz, denunciou a remoção noTwitter com uma imagem que mostra o outdoor em Algés: um fundo preto.
"Censura em Algés, após quase 50 anos do 25 de abril. Luto pela liberdade de expressão das +4800 vítimas, por um memorial que erguemos para que ninguém se esqueça delas. Não esquecemos", escreveu na rede social.
Foi removido. pic.twitter.com/CfAJHxL0Us
— Telma Tavares (@tarantelma) August 2, 2023
Os cartazes apresentam vários pontos vermelhos – cada um representa uma pessoa vítima de abusos sexuais, acompanhados pela seguinte frase, em inglês, para que os peregrinos a possam ler: “Mais de 4800 crianças abusadas pela Igreja Católica em Portugal”.