Kiev detém oficial que ajudava a escapar ao recrutamento militar

De acordo com a lei, homens ucranianos de 18 a 60 anos podem ser mobilizados a qualquer momento e estão proibidos de sair do território nacional.

As autoridades anticorrupção da Ucrânia anunciaram, esta quinta-feira, a detenção de um oficial das Forças Armadas acusado de ter ajudado recrutas a escapar ao recrutamento militar durante a invasão russa, um assunto que é considerado um tabu neste país.

De acordo com a lei, homens ucranianos de 18 a 60 anos podem ser mobilizados a qualquer momento e estão proibidos de sair do território nacional.

O organismo anticorrupção revelou que "deteve o chefe de um dos departamentos do quartel-general das forças terrestres do exército ucraniano, que também ocupa o cargo de chefe de um dos departamentos militares da cidade de Kiev".

O oficial ucraniano é acusado de ter "organizado um sistema ilegal de passagem pela fronteira ucraniana de pessoas maiores de idade para servirem no exército", explicou o organismo, através do Telegram.

Depois de um pagamento de 9.100 euros, os homens que pretendessem fugir ao serviço militar recebiam "documentos fictícios atestando a sua inaptidão para o serviço militar".

"Vários casos de emissão de documentos falsos foram detetados pela polícia", segundo as autoridades ucranianas, que dizem ter detido o suspeito em flagrante delito, quando "entregou documentos a três pessoas concedendo-lhes o direito de deixar a Ucrânia".

As buscas na sua casa e num centro de recrutamento levaram à apreensão de notas no valor de cerca de 45 mil euros e cinco mil euros.